Entre 1945 e 1949, a cidade de Dracena não contava com um cemitério próprio e possuía pouca estrutura, por ser recém fundada. Tudo era muito difícil neste contexto de término da segunda guerra mundial.
Mesmo assim, Dracena despontava em seu crescimento; a cidade crescia rapidamente e, neste período, vieram muitas famílias para a recém fundada Cidade Milagre, sendo algumas para a cidade, outras para a zona rural. Também nesta época, o município não possuía um local para sepultar os falecidos, já que o cemitério teve sua inauguração apenas em 1949, quase quatro anos após a fundação da cidade, em 08 de dezembro de 1945.
Foi quando o fundador e primeiro prefeito de Dracena, Írio Spinardi, escolheu um local apropriado, na época. Assim, o cemitério de Dracena foi fundado em 13 de abril de1949, com o sepultamento de Genebra Croscato Demarchi, sepultada na quadra três, com o número 1 de sepultamento. O primeiro coveiro foi Benjamin Alves Teixeira, falecido em 16 de outubro de 1955.
Entretanto, muitas pessoas perguntam: Onde eram sepultados os dracenenses quando a cidade não possuía um cemitério?
Para sanar as dúvidas restou a incumbência em resgatar esta história e ir em busca de respostas. Foram recolhidos materiais e houve consulta dos óbitos registrados em Gracianópolis, antigo nome da cidade de Tupi Paulista, que na época, possuía seu cemitério próprio. E era ali que os dracenenses eram sepultados.
Recentemente, o administrador do cemitério, Paulo Pedro de Araújo, o funcionário público municipal, Edivaldo dos Santos Santana, e o agente funerário da Mutuária Dracenense, Marcos Rogério Arcas, partiram para a fazenda Atalaia, próximo à rotatória de Tupi Paulista, terras que abrigaram por muitos anos o cemitério da cidade. Foi encontrada uma plantação de cana e, ao adentrar nestas terras e plantações, lograram êxito em localizar o antigo cemitério. O local foi preservado pelo proprietário da fazenda em respeito a aqueles que ali foram sepultados.
Constatou-se que os falecidos de Dracena eram de locais como patrimônios de Dracena, Iandara, Metrópole, Perobal (Jaciporã), Marrequinha e Java Paulista. A mortalidade infantil era de um índice muito alto, devido a uma época muito difícil, sendo que no período de 1946 a 1949, foram sepultadas 62 crianças e inúmeros recém nascidos. Os adultos foram em um índice menor, sendo 35 adultos sepultados com idade entre 26 a 95 anos de idade. Todos estes residentes nos referidos patrimônios.
Atualmente, no cemitério de Dracena, estão sepultadas 19.153 pessoas. O cemitério conta com 80% de área pavimentada. Possui uma sala de administração com dois computadores para atenderem Dracena e região. A administração tem a frente Paulo Pedro de Araujo, há 30 anos, contando com nove funcionários para um melhor suporte aos visitantes.
*Rogério Edson dos Santos é historiador e presidente da Adac (Associação Dracenense do Acervo e Cultura).