O comandante do Batalhão de Policiamento de Eventos, tenente-coronel da Polícia Militar de Minas Gerais, Antônio de Carvalho, considerou que houve falhas de planejamento na segurança da festa de comemoração do título brasileiro, que seria realizada na noite deste domingo, após o jogo em que o Bahia venceu por 2 a 1, mas que acabou cancelada. O motivo foi uma briga entre integrantes de duas torcidas organizadas do clube: Máfia Azul e Pavilhão Independente.
“A Polícia Militar foi chamada de última hora, pelo organizador da festa, para fazer a organização do evento, mas alguns parâmetros de segurança não foram obedecidos como a gente havia delineado”, disse Antônio de Carvalho, em entrevista à Rádio Itatiaia. Ele isentou a diretoria do Cruzeiro, que terceirizou a organização do evento para uma produtora particular.
Uma das falhas, apontada pelo militar foi na distribuição das 100 mil latas de cervejas, que não chegaram a iniciar. “Posicionamento do caminhão para a distribuição da cerveja, não colocaram voltados para a saída, colocaram estruturas no solo, existe uma coordenação deste tipo de coisa, 100 mil latas de cerveja é muita coisa, tínhamos 40 mil pessoas do lado de fora, mais 50 mil pessoas do lado de dentro”, afirmou Antônio de Carvalho
“O somatório deste número de pessoas, além da infeliz conduta das torcidas, fizeram com que a polícia precisasse intervir, fizemos prisões, mas o que evitamos foi que outras pessoas fossem feridas. As pessoas estavam arremessando pedras contra a polícia, que tentou organizar da melhor maneira possível, evitando confronto com a torcida”, acrescentou. Em sua intervenção, a Corporação utilizou a tropa de choque e foram lançadas muitas bombas com gás lacrimogêneo e de pimenta.
Ruas e avenidas próximas ao Mineirão e perto de onde estava o trio elétrico Dragão, que seria usado para o show do cantor Alexandre Peixe, viraram palco de confronto entre os torcedores das duas organizadas e a Polícia Militar. Houve muita depredação de bens públicos, muito lixo espalhado pelas ruas.
Antônio de Carvalho afirmou que os problemas apresentados na segurança e realização da festa serão encaminhados para o Ministério Público de Minas Gerais. “A gente percebe que as medidas exigidas para esta festa não foram feitas de maneira correta pelo organizador deste evento”, explicou.
“Vamos fazer um boletim de ocorrência e encaminhá-lo para o ministério público, para que seja analisada a preparação da festa. A festa deveria ter sido preparada da melhor maneira, com mais cuidado, mas constatamos que prefeitos de segurança impossibilitaram que o torcedor cruzeirense aproveitasse da festa”, acrescentou.
A confusão se iniciou pouco depois da comemoração celeste dentro do Mineirão, já do lado de fora do estádio. As duas torcidas organizadas se confrontaram na Avenida Abrahão Caram, próxima do Gigante da Pampulha e utilizaram de pedaços de pedra e pau para se confrontarem.
No início da tarde, antes do jogo com o Bahia, o diretor de marketing do Cruzeiro, Marcone Barbosa, garantiu que todo o procedimento de segurança havia sido adotado, com acompanhamento da Polícia Militar, o que foi confirmado, também em entrevista à Itatiaia, igualmente à tarde, pela comandante do Policiamento da Capital, coronel Cláudia Romualdo. Ela havia garantido que a PM dispunha de efetivo suficiente para garantir a segurança dos torcedores.