O dia mais esperado pela torcida atleticana, enfim, chegou. Desde o título da Libertadores, conquistado há quase cinco meses, todos contam as horas para o dia 18 de dezembro. Nesta quarta-feira, às 19h30 (17h30 de Brasília), o Atlético-MG estreia no Mundial de Clubes na semifinal diante do Raja Casablanca. É o último passo antes de chegar à sonhada final contra o Bayern de Munique. Passo de uma caminhada marcada pelo sofrimento, e que, pelo que indica o histórico, reserva ainda mais emoção ao Galo.
Com a vocação para o sofrimento que sempre o marcou, o Atlético arrancou lágrimas de sua torcida para vencer a Libertadores. Obteve classificações no limite contra Tijuana, Newell’s Old Boys e Olimpia. Nas quartas de final, o goleiro Victor defendeu um pênalti no último minuto de jogo no Independência e impediu a eliminação.
Na semifinal e na decisão, o Galo teve de recuperar uma desvantagem de 2 a 0 do primeiro jogo para levar a disputa para os pênaltis. Venceu as duas e levantou a taça no Mineirão.
No Marrocos, palco do Mundial, o favoritismo sobre o Raja, representante do país, é notório. Mas, desde 2005, todo time brasileiro sofre muito para chegar à final. Naquele ano, o São Paulo venceu o Al-Ittihad por 3 a 2. Na edição seguinte, foi a vez do Internacional conseguir uma vantagem mínima diante do Al Ahly: 2 a 1.
O mesmo Colorado, entretanto, protagonizou o maior vexame de um clube brasileiro no Mundial ao ser derrotado pelo Mazembe, do Congo, por 2 a 0, em 2010. Um temor que assombra o Galo à distância, mas Cuca jura que o time está preparado para a vitória.
“Quem lida com futebol tem de estar preparado para ganhar. O clube dá condições para isso. Temos de pensar em coisas positivas e jogarmos bem. Quem joga bem se aproxima da vitória”, disse o técnico Cuca.
O Santos, em 2011, teve mais tranquilidade para bater o Kashiwa Reysol por 3 a 1 na semifinal, mas o Corinthians, atual campeão, voltou a sofrer no ano passado. Fez só 1 a 0 no Al Ahly.
As vocações sofredoras do Atlético-MG na Libertadores e dos brasileiros no Mundial se encontrarão nesta quarta-feira, em Marrakesh. O treinador admite ansiedade, mas se diz experiente o suficiente para ter horas tranquilas antes da estreia.
“Antigamente era pior, quando se é mais jovem, também é mais ansioso. A gente amadurece e o tempo nos ensina um monte de coisas. Já passamos por muitas coisas juntos aqui no Atlético”, disse Cuca, citando também as dificuldades na Libertadores.
O time do Galo, por sinal, é muito parecido com o que levantou a taça sul-americana em julho. Lucas Cândido na lateral esquerda e Fernandinho no lugar de Bernard, que foi negociado com o Shakhtar Donetsk após o título, são as únicas novidades. O restante da equipe é exatamente a mesma. Cuca confirmou que Josué será parceiro de Pierre e Leandro Donizete ficará no banco.
Recuperado de lesão, Ronaldinho também está confirmado. Experiente em Mundiais, já que perdeu a final de 2006 para o Internacional, quando atuava no Barcelona, o camisa 10 é outro que prevê dificuldades diante do Raja. Por causa do time e da torcida marroquina, que compareceu em grande número aos jogos contra Auckland e Monterrey.
“Sabemos que é um time muito forte, vai ser uma pedreira. O próximo jogo é sempre o mais importante para nós”, afirmou o craque, líder em assédio no Marrocos.
RAJA CASABLANCA X ATLÉTICO-MG
Local: Estádio de Marrakech, em Marrakech (Marrocos)
Data: 18 de dezembro de 2013, quarta-feira
Horário: 17h30 (de Brasília)
Árbitro: Carlos Velasco Carballo(ESP)
Assistentes: Roberto Alonso Fernández (ESP) e Juan Carlos Yuste Jiménez Velasco(ESP)
RAJA CASABLANCA
Khalid Askri; Zakaria El Hachimi, Ismail Benlamalem, Mohamed Oulhaj e Adil Karrouchy; Kouko Guehi, Issam Erraki, Mohsine Moutaouali e Chemseddine Chtibi; Abdelilah Hafidi e Mouhssine Iajour
Técnico: Faouzi Benzarti
ATLÉTICO-MG
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Lucas Cândido; Pierre, Josué, Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli e Fernandinho; Jô
Técnico: Cuca