Por falta de médicos especializados, 60% dos 31 leitos do Hospital de Misericórdia de Altinópolis, na região de Ribeirão Preto, ficam vazios todos os meses.
Único hospital da cidade, a instituição só realiza atendimentos de urgência e emergência, internação, pediatria, clínica geral e partos.
No entanto, segundo a diretora Carmen Barufaldi, há estrutura para atendimentos e cirurgias de baixa complexidade em ortopedia, hérnia e varizes -mas faltam profissionais contratados.
“Para estas especialidades, acionamos a regulação médica e os pacientes são transferidos para hospitais da região”, afirmou. O Hospital de Misericórdia também não tem UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), o que aumenta a necessidade de acionar os atendimentos na região.
Um dos hospitais mais procurados é o HC (Hospital das Clínicas), de Ribeirão Preto. Último levantamento do HC apontou que, ano passado, foram feitos 6.300 atendimentos de Altinópolis.
Além de Ribeirão, o município também envia pacientes para hospitais de Batatais e Franca.
Segundo Carmen, o valor da tabela SUS (referência de remuneração aos hospitais), sem reajuste há 15 anos, afasta os médicos, que dão preferência para hospitais de cidades maiores, além de convênios particulares.
“Poderíamos estar faturando se houvesse médicos. Atendemos até 200 pacientes por mês, mas esse número poderia ser maior”, disse.
A prefeitura mantém o hospital, com repasses mensais de R$ 500 mil. Entretanto, a instituição tem uma dívida de R$ 2 milhões em encargos trabalhistas –há um total de 110 funcionários registrados.
Para levantar fundos, a entidade promove campanhas. Atualmente, há venda canecas de porcelana. O hospital também recebe doação de alimentos da população para o consumo de funcionários e do Juizado Especial Cível.