A situação dos trabalhadores dos setores agrícola e dos condutores da Usina Cia Flórida ainda é crítica. Grande parte deles ainda não recebeu o pagamento de outubro e cerca de 360 servidores aguardam a liberação da 1ª parcela do 13º salário.
Diante do impasse, os servidores comunicaram ao Sindicato na manhã de ontem, 4, que continuarão em greve até que seja liberado o pagamento.
Sebastião Cipriano da Silva trabalha na lavoura da empresa e não recebe salário há dois meses. “Estou com contas atrasadas e passando até dificuldades. Não é justo com a gente que trabalha de sol a sol, chegar no fim do mês e não ter o salário”, desabafa.
Marilza Eudocia de Araujo é tratorista e está na mesma situação. “Eu só quero meu salário. Sempre paguei minhas contas em dia e agora estou em dívida, pois no mês passado eles nos deram o pagamento em cheque, estava sem fundo e até hoje não cobriram o valor”, explica. Além deles, outros servidores estão com dívidas no comércio local, devido ao cheque do pagamento estar sem fundo.
O representante do Sindicato dos Condutores Rurais de Dracena e Região, Luis Sapucaia, esteve na empresa para as negociações com a diretoria.
Depois de horas de espera, os trabalhadores tiveram um posicionamento por parte da Usina. Os representantes da diretoria se reuniram com os funcionários do setor agrícola e condutores na parte externa da empresa, onde entregaram a eles o comprovante do pagamento do 13º e comunicaram que o salário referente a novembro só vai ser pago no dia 13, uma semana após o vencimento que ocorre no 5º dia útil do mês. Isto é válido para os servidores do corte de cana também, que até então estão recebendo o salário normalmente.
O comunicado gerou revolta e os servidores se negaram a retomar ao trabalho. Com o término da safra previsto para ocorrer no dia 10, os servidores temem que a empresa não efetue o pagamento em tempo.
Segundo informações dos próprios trabalhadores, na terça-feira, 3, vários carreteiros de açúcar despejaram o carregamento no chão em frente a usina, pois esperavam a liberação da empresa para descarregar a mercadoria há três dias, devido à falta de espaço para armazenamento.
Também na terça-feira, vários maquinários de corte de cana tiveram que paralisar o serviço por ordem dos arrendatários da Usina. De acordo com informações extraoficiais, a Cia Flórida também estava em débito com os proprietários que arrendam as terras para o plantio de cana.
Procurada, a diretoria da empresa não quis prestar informações sobre o caso.