Com a chegada do fim do ano, é momento de relembrarmos os fatos mais marcantes no setor das duas rodas. E é claro que o principal destaque não poderia deixar de ser a forte retração apresentada pelo mercado de motos em 2013.
De acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), até novembro haviam sido comercializadas 1.375.110 motocicletas, contra 1.499.498 no mesmo período de 2012. Isso representa uma queda de 8,3%.
Contudo, seria injusto afirmar que o ano que se despede foi composto apenas de más notícias. Nos segmentos de cilindradas mais baixas, vimos nascer uma nova geração da linha Honda CG, ao mesmo tempo em que a Yamaha reformulou sua linha para tentar quebrar a hegemonia da rival, esquentando a rivalidade entre as duas japonesas.
Junto a isso, tivemos um Salão Duas Rodas repleto de lançamentos e novidades, especialmente com presença mais forte das marcas consideradas premium, que enxergam o Brasil como mercado cada vez mais promissor.
Confira a lista com 12 destaques:
+ Falta de crédito e queda nas vendas: segundo especialistas, a dificuldade na aprovação de crédito foi o maior vilão nas vendas de motocicletas em 2013, principalmente as de baixa cilindrada. “Sofremos com a retração da economia”, ressalta Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo (Associação Brasileira das Fabricantes de Motocicletas). Com a Copa do Mundo e uma perspectiva de crescimento tímido do país em 2014, a entidade prevê um período de mera estabilidade nos próximos 12 meses. “Por causa da Copa, os brasileiros tendem a consumir outros produtos e isso pode postergar a decisão de compra de uma moto“, afirma Fermanian.
+ Renovação da Honda CG: a moto mais famosa do país foi renovada em 2013. Tanto as linhas Fan (125 cc) quanto Titan (150 cc) ficaram mais modernas no visual e também na mecânica. As mudanças deixaram o chassi 4 kg mais leve, com farol poligonal, painel totalmente digital e postura de pilotagem diferente. Em contrapartida, o consumo de combustível se mostrou um pouco menos eficiente.
+ Resposta da Yamaha: temendo ficar — ainda mais — para trás na disputa com a conterrânea, a Yamaha animou os motociclistas brasileiros ao introduzir a aguardada YS150 Fazer. Eleita a moto do ano pelos leitores de UOL Carros, ela é o primeiro modelo de 150 cc equipado com tecnologia flex feito pela marca no Brasil. Tudo para ameaçar o reinado da Honda CG 150 Titan, que ainda possui quase metade dos índices gerais de emplacamentos.
Yamaha YS150 Fazer foi bem recebida, mas ainda está longe de incomodar a Honda CG no ranking das mais vendidas; segundo a Fenabrave, modelo ocupa o sexto lugar
+ Lançamento da família 500 cc da Honda: durante o Salão Duas Rodas, a Honda apresentou ao público brasileiro uma nova família de 500 cc que já havia debutado mundialmente em Milão, no ano passado. A linha é composta pela naked CB 500F, a esportiva CBR 500R e a crossover CB 500X. A grande surpresa foi saber que as três, que partilham a mesma base mecânica, seriam montadas no Brasil. A naked e a esportiva, inclusive, já estão nas concessionárias.
+ Consolidação do mercado premium: enquanto as motos de baixa cilindrada amargaram declínio nas vendas, as de alta capacidade cúbica tiveram mais um bom ano. “Os donos de concessionárias de motos de luxo não têm reclamado nem de vendas, nem de crédito”, comenta Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave. Harley-Davidson e BMW, por exemplo, já falam em números superiores a 2012 e projetam fechar o ano com 8.000 e 7.700 motos comercializadas, respectivamente.
+ BMW traz novas bigtrails e maxi scooter: em 2013, a BMW Motorrad apostou em trazer a nova geração da R 1200 GS para o Brasil. A bigtrail estreou por aqui em abril e é vendida em três versões. Durante o Salão Duas Rodas, os alemães também anunciaram a chegada da F 800 GS Adventure, montada na fábrica da Dafra, em Manaus (AM), e do maxi scooter C 600 Sport, que será importado a partir do ano que vem.
+ Chegada da Kawasaki Z800 ao Brasil: apresentada em outubro de 2012, no Salão de Colônia (Alemanha), a naked aterrissou aqui em janeiro deste ano. Evolução da Z750, a Z800 foi projetada para ficar mais parecida visualmente com a Z1000 e também cresceu na motorização, apesar de ter mantido a arquitetura do motor com quatro cilindros em linha.
+ Primeiras Ducati made in Brazil nas ruas: em outubro do ano passado, a Ducati anunciou oficialmente o início de suas operações no Brasil, com suas motos sendo montadas na fábrica da Dafra. Ao fim de 2013, a montadora já inaugurou seis concessionárias em território nacional e modelos como a Monster 796 e a Diavel não causam mais tanta estranheza nas ruas.
Ducati Diavel é montada na fábrica da Dafra, em Manaus
+ Despertar da Suzuki: a Suzuki mostrou em 2013 que ainda é um nome forte no mercado brasileiro. Ao longo do ano, a marca japonesa apresentou as nakeds Gladius e GSR 750, além da sport-touring GSX 1250FA. Renovou também as superesportivas GSX-R 750 e GSX-R 1000, e também a bigtrail V-Strom 650 e a hiperesportiva GSX 1300R Hayabusa. No campo das baixas cilindradas, lançou ainda as inéditas GS 120 e Inazuma 250.
+ Expansão da MV Agusta – já que falamos em ascensão do mercado de luxo, é preciso mencionar as novidades da MV Agusta. Em abril, a marca começou a vender no Brasil a apimentada F4 RR. Ainda importada, a superesportiva será nacionalizada em 2014, junto com a naked Brutale 800, a superesportiva F3 800 e a supermotard Rivale 800, essas três últimas tricilíndricas de 800 cc e montadas pela Dafra, em Manaus.
+ São Paulo nas celebrações de 110 anos da Harley-Davidson: há dois anos no Brasil, a Harley-Davidson deu mostras de que vê o país como um mercado importante, ao colocar São Paulo (SP) no mapa das comemorações do seu 110º aniversário, em junho. A festa na Arena Anhembi recebeu mais de 7.000 pessoas e contou com show do Capital Inicial, participação de Bill Davidson, bisneto de um dos fundadores da companhia, e — é claro — um super desfile com modelos de diversas épocas da marca.
+ Um ano de Triumph no Brasil: comemorando um ano de operações no país, a Triumph aproveitou para confirmar a chegada de sete modelos. São eles: a Street Triple R, a versão convencional da superesportiva Daytona 675, a bigtrail Tiger 800, a aventureira Tiger Explorer XC, a touring Trophy SE, a café racer Thruxton e a bigtrail com ares esportivos Tiger Sport. A marca almeja fechar 2013 com 2.500 unidades comercializadas, e aumentar esse volume para 3.500 no ano que vem.