Após um ano de grandes partidas, o volante do São Paulo, Rodrigo Caio, está em Dracena, sua cidade natal, de férias. O jogador que conquistou vaga no alojamento da escolinha do São Paulo Futebol Clube quando tinha apenas 12 anos de idade viu, em 2013, aos 20, sua carreira começar a despontar no futebol nacional. Mas, junto com as conquistas vieram as exigências de um ano bastante turbulento para o tricolor paulista. Agora, Rodrigo Caio fala à reportagem do Jornal Regional sobre os momentos mais desafiadores para que ele se destacasse em 2013, as trocas de técnicos no meio da temporada, a crise que quase levou seu time à segunda divisão e a validade de seu contrato com o tricolor até 2018.
No início deste ano, Rodrigo Caio foi convocado pela equipe Sub-20 de seu time, para disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha 2013. “No começo, fiquei um pouco triste, porque achava que tinha voltado um pouco atrás. Mas, logo em seguida, coloquei na minha cabeça que seria muito bom, seria um jeito de mostrar que tinha condições de jogar no profissional”, relembra.
E a estratégia de Rodrigo Caio deu certo; mesmo o São Paulo não vencendo a Taça São Paulo, o jogador se destacou, retornando com mais força ao profissional. “Comecei a entrar mais nas partidas e, depois do meio do ano, consegui fazer alguns jogos como titular e me manter, o que para mim foi muito importante”. Vale destacar que o volante entrou em campo em 36 das 38 partidas do Campeonato Brasileiro.
O dracenense volta aos treinos na capital paulista em 6 de janeiro e busca, para 2014, maior superação. “Tive um meio de temporada muito bom, mas ano que vem quero estar como titular do Campeonato Brasileiro desde o começo, assim como no Campeonato Paulista; quero fazer um ano maravilhoso”, revela.
O contrato de Rodrigo Caio com o São Paulo Futebol Clube vai até 2018, fator que encara como oportunidade para se fortalecer no futebol brasileiro. “Meu pensamento é primeiro no São Paulo, tenho um contrato longo, então ainda tenho muito o que mostrar, isso aí foi só o começo, tenho que trabalhar forte, para me firmar.”
CRISE NO SÃO PAULO – Em julho deste ano, praticamente na metade do Campeonato Brasileiro, o São Paulo viveu uma de suas maiores crises, que resultou na saída do técnico Ney Franco, período com Paulo Autuori e retorno de Muricy Ramalho. Para Rodrigo Caio, para enfrentar a fase, foi preciso confiança e tranqüilidade. “No começo, você fica pensando que pode sair do time, pode perder sua oportunidade, pelo fato de ser muito jovem. Mas eu sempre trabalhei, me dediquei nos treinos e continuei fazendo meu trabalho, porque se estivesse bem dentro de campo, ninguém ia me tirar, independente do técnico”, comenta.
De fato, o período de crise do São Paulo se tornou, também, uma oportunidade de crescimento dentro do time para Rodrigo Caio; cada vez mais convocado para os jogos, foi ele quem fez o gol que marcou a saída do São Paulo do risco de cair para a Série B. “Eu pensava ‘Logo no momento que estou tendo minha oportunidade a gente vai passar por essa situação, com perigo de cair para a segunda divisão?’ Mas, por outro lado, foi muito bom, mostrei que mesmo na dificuldade eu estava lá, estava bem, jogando e honrando a camisa do São Paulo. E isso, para um jogador da base, novo, é muito importante”, diz.
Para o volante, o Campeonato Brasileiro deste ano deixou um pouco a desejar. “A gente viu que até na última rodada tinha times que poderiam cair, tanto que caíram dois grandes do Rio [Vasco e Fluminense]. A maioria dos times grandes estavam todos no meio da tabela ou um pouco abaixo, qualquer jogo que o Corinthians, São Paulo, Santos, ou Internacional perdessem, iam lá para baixo, o nível desse campeonato não foi tão alto como outros”, diz.
Por isto, para o próximo ano, Rodrigo Caio mantém o pé no chão. “Nós do São Paulo saímos da crise por mérito nosso, de nossa equipe, porque todo mundo deu um pouco a mais. Mas, vão vir jogadores novos, de nome, então sei que tenho que estar bem, porque se não estiver, não vou jogar.”
ROGÉRIO CENI – Quanto à decisão de Rogério Ceni de se aposentar apenas no próximo ano, Rodrigo Caio diz que ainda há muito para aprender com o goleiro. “Eu imagino que esta é uma decisão muito difícil, optar por parar ou não, depois de viver 23 anos dentro de um clube é complicado. Então, fico muito feliz que ele vai estar com a gente mais um ano, ele é um líder, alguém que nos espelhamos e que vai nos ajudar muito, para garantir que não vai acontecer, em 2014, o que aconteceu em 2013.