Quarenta ônibus foram incendiados na Grande São Paulo desde o dia 1º de janeiro. Só na capital paulista, foram 33 casos até a manhã desta quinta-feira (30), segundo balanço feito SPTrans, empresa responsável pelo transporte público por ônibus em São Paulo.
Os dois casos mais recentes aconteceram na quarta-feira (29). Na zona sul, um grupo de pessoas queimou um ônibus na estrada do M’Boi Mirim no começo da tarde. Outro coletivo foi incendiado à noite no Jardim Gianetti, na zona leste. Os veículos ficaram totalmente destruídos. Ninguém ficou ferido.
Com os 33 ônibus queimados neste ano, a capital paulista registra uma média de mais de um caso por dia. O número supera a quantidade anotada ao longo do primeiro semestre de 2013, quando 21 ônibus foram queimados na cidade. Em todo o ano passado, 53 ônibus foram incendiados na capital paulista.
Nenhum ataque ocorreu no mês de janeiro de 2013. “No ano passado, as ocorrências de incêndio em ônibus começaram em meados de fevereiro, com três registros na região do Grajaú”, informa o SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo).
Até esta quinta, outros sete coletivos intermunicipais foram destruídos pelo fogo na Grande São Paulo, de acordo com a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo). Os casos aconteceram na capital, em Itapecerica da Serra, São Bernardo do Campo, Embu das Artes e Ferraz de Vasconcelos.
As empresas de ônibus estimam em cerca de R$ 20 milhões o prejuízo neste início de ano por causa dos ataques. Cada veículo custa cerca de R$ 500 mil. No ano passado, os incêndios criminosos em ônibus na capital causaram perdas na ordem de R$ 26,5 milhões, segundo o sindicato.
“Não é uma situação normal”
O secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, disse na quarta-feira que “não é uma situação normal”.
Ele não descartou a atuação do crime organizado nos ataques a ônibus na capital paulista. Grella afirmou não ter clareza se os ataques aos ônibus foram realizados por criminosos ou por movimentos sociais.
“Não há clareza da real motivação, se é crime organizado”, afirmou o secretário. “Não descartamos [ação do crime organizado]”, disse.
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, a SSP vai colocar policiais da Rota e dos Batalhões de Choque para reforçar o policiamento em áreas das zonas sul e oeste de São Paulo por conta dos recentes ataques a ônibus.
Por causa dos incêndios, desde o começo da semana, linhas de ônibus têm parado de circular ou circulado com restrição em regiões onde foram registrados ataques, deixando moradores sem transporte público. (Com Valor)