O Ministério Público de São Paulo reuniu provas de que auditores fiscais envolvidos no esquema conhecido como Máfia do ISS (Imposto Sobre Serviços) também fraudavam o IPTU.
Os detalhes da investigação serão revelados pelo promotor Marcelo Mendroni em entrevista à imprensa na manhã de hoje.
Uma lista com os nomes e cadastros do IPTU de 80 empresas foi encontrada na casa de um dos fiscais, de acordo com o “Bom Dia São Paulo”, da “TV Globo”.
Em novembro, o prefeito Fernando Haddad (PT) já havia ventilado a participação do grupo em fraudes também no IPTU. “Há denúncias de mudança cadastral no IPTU para que as pessoas paguem menos”, disse ele, na ocasião.
No ano passado, quatro auditores foram presos sob a acusação de cobrar propina para a redução do valor do ISS de incorporadoras. De acordo com a Controladoria Geral do Município, o grupo movimentou ao menos R$ 500 milhões apenas com o ISS.
Os servidores Eduardo Horle Barcellos, Carlos Augusto di Lallo do Amaral, Luis Alexandre Magalhães e Ronilson Bezerra Rodrigues, presos em outubro, são apontados como sendo os quatros operadores do esquema.
Ao menos cinco empresas admitiram ter pago propina aos fiscais, segundo o Ministério Público.
Em depoimento, o fiscal Luís Alexandre de Magalhães, que aceitou o benefício da delação premiada, contou que entregava R$ 20 mil por mês ao vereador Antonio Donato (PT) em 2012, que se tornaria o principal secretário do prefeito Fernando Haddad (PT).
Donato pediu demissão semanas após as acusações do fiscal.