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A nova tarifa de ônibus no Rio, R$ 3, passa a valer em 8 de fevereiro, cumprindo o aumento de 9% anunciado ontem à noite pela prefeitura. Cinco dias depois, haverá manifestação contra o reajuste, convocada pelo Fórum de Lutas Contra o Aumento da Passagem. Com o objetivo, não declarado, de esvaziar protestos como esse, o prefeito Eduardo Paes ampliou o passe livre para estudantes da rede pública (ensino fundamental e médio) e para universitários de baixa renda.
Os alunos dos colégios do Estado e do município que tinham direito a 60 bilhetes gratuitos por mês passam a receber 76, informa o repórter Caio Barbosa (leia aqui). Estudantes do ensino superior cotistas, do Prouni e _desde que a renda mensal por pessoa de sua família não supere um salário mínimo_ de faculdades privadas conquistam o direito a 76 passes livres mensais. Antes, eram beneficiários apenas de meia passagem.
As conquistas dos estudantes são consequências dos pujantes atos públicos de junho de 2013. Naquele mês, houve duas manifestações gigantescas no Rio: no dia 17, comprovadamente com mais de 100 mil pessoas; no dia 20, com chutadas 300 mil. O prefeito reconhece a influência das jornadas de junho, conforme a reportagem de Caio Barbosa:
“A passagem será reajustada, mas tomaremos outras medidas que têm a ver com as manifestações de junho, ouvindo as reivindicações dos estudantes. A gente já tem gratuidade pra ensino fundamental municipal, ensino médio estadual e federal. Esse garotada tem direito a 60 passagens por mês em dias de aula. Vamos dar mais 16 passagens, o que significa direito à cidade, uma demanda das ruas que eu demorei a entender, mas conversando com as pessoas entendi e achei justo”, disse Eduardo Paes.
Em 2013 o aumento de 20 centavos (R$ 2,75 para R$ 2,95) nos ônibus foi cancelado em virtude da mobilização popular. Os protestos cresceram em todo o país depois de a Polícia Militar reprimir com violência manifestantes pacíficos em São Paulo.
No Rio, houve manifestação anteontem contra o iminente aumento dos bilhetes. A dimensão do movimento em 2014 dependerá, como no ano anterior, de outros fatores, como a capacidade de as palavras de ordem contra a nova tarifa galvanizarem segmentos sociais com reivindicações próprias.
E também de como as forças de segurança se comportarão. Quanto mais violentas elas forem, maior a multidão no protesto seguinte _assim tem sido. No dia 13 de fevereiro haverá o primeiro grande teste.