Jovens que participaram do “rolezinho” no Shopping Metrô Itaquera, no último sábado, serão investigados sob suspeita de furto, de roubo e de perturbação do sossego.
O delegado titular do 65º DP (Artur Alvim), Luiz Antonio da Cruz, disse ontem à Folha que já abriu inquérito para apurar os delitos e que usará imagens de circuito interno do centro de compras, que fica na zona leste da capital, para identificar envolvidos nos respectivos crimes.
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Os “rolezinhos” são encontros marcados pelas redes sociais que atraem centenas de jovens a shoppings. Eles entram pacificamente nos espaços, mas, depois, costumam promover correria.
Além do Itaquera, outros cinco shoppings conseguiram liminares da Justiça para coibir os eventos. Juízes determinaram multa de R$ 10 mil para quem for flagrado em tumultos. Jovens devem começar a ser intimados nos próximos dias para serem comunicados sobre a possibilidade de serem multados.
No do último sábado, PMs usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar os participantes do evento em Itaquera.
Robson Ventura/Folhapress |
Policiais revistam jovens que participaram de ‘rolezinho’ em shopping de Itaquera, na zona leste de São Paulo |
O delegado disse que, desde dezembro, policiais monitoram postagens sobre os eventos no Facebook.
Após o “rolezinho” de sábado, PMs foram à delegacia e apresentaram duas ocorrências. Na primeira, dois irmãos foram agredidos e tiveram celulares e correntes roubados por um grupo na estação do Metrô, ao lado do shopping.
Na segunda, um rapaz disse ter sido assaltado por jovens que, pouco antes, furtaram uma loja de videogames.
Cruz disse que vai investigar os dois casos e a perturbação –prevista na Lei de Contravenções e que pode resultar em três meses de prisão– no mesmo inquérito.
“Esses jovens têm o direito de se divertir. Mas que democracia é essa em que 2.000 pessoas prejudicam outros 5.000 que vão passear?”
abusos de pms
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a Corregedoria da PM vai investigar abusos cometidos por policiais na ação para coibir o “rolezinho”. A reportagem presenciou PMs dando golpes de cassetete num grupo que descia a escada rolante. “A repressão atenta contra a dignidade desses jovens. Houve discriminação”, disse o advogado Ariel de Castro Alves, do Conselho Nacional de Criança e do Adolescente.