Mais de 90 caminhões foram multados nesta quarta-feira (29) por trafegarem em horário indevido pela Linha Amarela, no Rio de Janeiro, onde um veículo bateu com a caçamba numa passarela e deixou cinco pessoas mortas e cinco feridas na manhã do dia anterior. Entre os multados, estão carros terceirizados que prestavam serviços para empresas municipais como Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) e CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Segundo a Polícia Militar, foram multados 111 motoristas de caminhões, sendo 89 por trafegarem na via durante o período de restrição.
O motorista do caminhão que atingiu a passarela disse à polícia que sabia da proibição ao tráfego de caminhões no horário em que entrou na via, por volta das 9h15.
Caminhões não podem trafegar pela Linha Amarela, que liga a Barra da Tijuca à zona norte do Rio, entre as 6h e as 10h e as 17h e as 20h. Equipes de motociclistas do BPVE (Batalhão de Policiamento de Vias Expressas) da Polícia Militar abordam os motoristas que andam de forma irregular pela via. Os veículos recebem multas no valor de R$ 85,13 e são escoltados até a saída da via mais próxima.
Segundo a Lamsa, concessionária que administra a via expressa, o responsável pela fiscalização do tráfego de caminhões em horário proibido é o BPVE. No entanto, o procedimento padrão é a concessionária avisar os policiais assim que os veículos entram na via e são flagrados pelas câmeras. No acidente da terça-feira (28), não houve tempo hábil para o aviso, afirma a Lamsa, porque o caminhão percorreu três quilômetros na via em apenas dois minutos.
Estrutura
A estrutura de aço da passarela é resistente e pode ser reaproveitada no mesmo local, de acordo com avaliação do engenheiro civil Antonio Eulálio Pedrosa Araújo, conselheiro do CREA-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro).
Araújo esteve no local do acidente nesta terça e analisou a situação. “Foi uma fatalidade.” Especialista em pontes e estruturas, ele descarta a hipótese levantada por moradores de que um acidente ocorrido em 2001 tenha prejudicado a passarela.
O engenheiro atribui a queda da passarela ao impacto do caminhão que transitava com a caçamba levantada. Segundo ele, apesar de possuir uma estrutura resistente, a passarela não foi projetada para suportar uma “pancada” tão forte. Araújo calcula que o impacto teve uma força superior a 100 toneladas.
A passarela pesava 94 toneladas, de acordo com informação da Prefeitura do Rio. A estrutura metálica tinha 70 metros de extensão, com lajes de concreto no piso e no teto, além de pilares. Para facilitar a remoção, ela foi cortada. Situada entre os acessos 4 e 5 da Linha Amarela, ela ligava duas comunidades do bairro de Pilares, na zona norte do Rio.