Esta semana, quarta-feira, 8, fez seis meses que Massaru Quinoshita partiu. Durante décadas, nosso querido amigo registrou cenas cotidianas, políticas, policiais, culturais, esportivas, econômicas, comerciais de Dracena e região. Para o renomado fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson “fotografar, é colocar na mesma linha, a cabeça, o olho e o coração”. Massaru conseguiu alinhar esses três elementos tão distintos e ao mesmo tempo tão complementares, imprimindo sua marca – M.Quinoshita/JR – em cada clique. Escreveu “sua história” ao olhar e registrar todos os dias fatos que em alguns casos já se tornaram história e em outros se tornarão.
Pensei e repensei muitas vezes antes de escrever essas linhas. Segui em frente por uma única razão, acredito que assim como eu muitos devem sentir sua ausência, mas isso não deve ser motivo para tristeza por que definitivamente, quem conheceu Massaru Quinoshita, sabe que ele não combinava com tristeza, nunca combinou. Profissional exemplar, amigo prestativo, pai zeloso, marido apaixonado e avô amoroso, eram os papéis que melhor desempenhava.
Com os colegas de trabalho estava sempre disposto a colaborar. Os pequenos favores como caronas, levar algum objeto ou documento para alguém ou para algum lugar, ajudar na localização de endereços ou telefones somavam-se às gentilezas demonstradas nos mimos ou lembrancinhas, como balas, imãs, folhetos, cartões entre outros, que recebia pelos lugares que passava e com os quais nos presenteava. Ele nunca chegava de mãos vazias. Mas, se por ventura isso acontecesse, o ambiente era rapidamente preenchido por seus origamis, suas piadas, seu jeito debochado de brincar com todo mundo e sua mania de conversar em japonês justamente por que não entendíamos nada…
Essas linhas são dedicadas a todos aqueles que de um jeito ou de outro sentem sua falta. Seria muito injusto retribuir com tristeza e outros sentimentos negativos a quem tanto amou a vida, a quem levava tudo na esportiva e, principalmente, a quem, a seu modo cuidava das pessoas. Por tudo isso e por muitas outras coisas, Massaru estará para sempre vivo em nossos corações. Assim, a maneira mais inteligente de seguirmos nossos caminhos é adotarmos seu exemplo – sua forma de viver a vida – como fonte de inspiração.
Certamente a mensagem que ele gostaria de deixar seria mais ou menos como a canção “Volta por Cima”, de Paulo Vanzolini, que muitas vezes, ele cantarolava baixinho batucando a bancada da redação: “(…) Ali onde eu chorei./Qualquer um chorava/ Dar a volta por cima que eu dei/ Quero ver quem dava/ Um homem de moral não fica no chão (…) Reconhece a queda e não desanima/ Levanta, sacode a poeira/ E dá a volta por cima”.
*Jornalista residente em Santa Mercedes, ex-integrante da equipe do Jornal Regional.