Para conter o avanço de uma nova praga, a lagarta Helicoverpa armigera e evitar que comece atacar as lavouras no estado de São Paulo, uma força-tarefa da Secretaria da Agricultura (SAA) vai percorrer todo o estado de São Paulo para colher amostras da espécie e realizar análises no Instituto Biológico (IB), órgão da Secretaria.
Os trabalhos da expedição técnico-científica, como é denominado o Grupo Técnico (GT) da Secretaria Estadual da Agricultura, serão realizados durante o mês de fevereiro em todo o Estado.
Segundo o engenheiro agrônomo do Escritório de Defesa Agropecuária (EDR) de Dracena, que abrange 16 municípios da região, Leonardo da Cruz Oliveira Júnior, o objetivo da pesquisa é confirmar se existe, ou não, a lagarta nas lavouras paulistas.
“É uma lagarta exótica, com as características das existentes no País como a ‘cartucho’, ‘rosca’, entre outras variedades”, explica. A origem provável da ‘Helicoverpa’, segundo o agrônomo, é de países asiáticos.
“Ela ataca principalmente a soja, o milho, mas pode se adaptar e ameaçar outras culturas, como a cana-de-açúcar”, explica Oliveira. Apesar de a lagarta ainda não ter sido detectada nas lavouras do Estado, o agrônomo informa que o trabalho da força-tarefa será importante na prevenção contra a praga.
Segundo a Secretaria da Agricultura, a coleta de amostras vai permitir a realização de um estudo que estabeleça diretrizes de defesa sanitária vegetal para prevenção, contenção e controle da H. armigera.
A data da pesquisa na região ainda não foi informada.
O Grupo Técnico da Secretaria de Agricultura se reuniu, em 22 de janeiro, para discutir os resultados oficiais, negativos, até o momento, assim como os próximos passos em relação à lagarta.
Em novembro de 2013, espécimes (lagartas e adultos) foram coletadas por fiscais estaduais da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), e federais do Ministério da Agricultura (MAPA), nos municípios de Avaré, Botucatu, Itapeva e Capão Bonito, locais com o maior número de relatos de indícios de ocorrência da praga.
As amostras foram analisadas pelo Instituto Biológico (IB) e resultaram negativas. “Fora essas amostras, o IB não recebeu nenhuma outra para análise por suspeita da H. armigera”, afirma a Secretaria.
O Grupo Técnico ressalta que o fato da espécie H. armigera não ter sido detectada oficialmente, não significa que a praga não esteja presente no estado. Por este motivo, dará prosseguimento à suas ações com a expedição técnico-científica
Com as ações o GT, a Secretaria da Agricultura espera orientar, conscientizar e tranquilizar o segmento produtivo e principalmente motivar o produtor rural a participar do processo de defesa agropecuária.
CARACTERÍSTICAS – A Helicoverpa armigera é uma lagarta identificada recentemente, que tem surpreendido produtores e pesquisadores pelo seu poder de destruição, causando prejuízos principalmente às lavouras de milho, soja e algodão.
Existem relatos de mais de 100 espécies de plantas que podem ser hospedeiras e atacadas pela H. armigera, inclusive culturas comerciais, como feijão, soja, algodão, milho e tomate.
Os relatos recebidos de ataques da nova praga são da região oeste da Bahia e coletas também foram realizadas nas regiões de Planaltina (DF), Londrina (PR) e Mato Grosso. Mais levantamentos estão sendo realizados.