As Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), representadas pelo vice-diretor Wendel Cleber Soares e coordenador do Núcleo de Prática de Pesquisa, José Aparecido dos Santos, participaram na manhã da última quinta-feira, 13, de reunião sobre a criação de Área sob Proteção Especial (ASPE) do Rio Aguapeí, na Secretaria do Meio Ambiente de Salmourão.
A proposta de criação ocorreu devido aos estudos científicos desenvolvidos pelo Programa Biota, da Fapesp e Unicamp e outros levados a cabo pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, indicando a região do Rio Aguapeí como prioritária para a constituição de um corredor ecológico de proteção da biodiversidade.
Foi editada a Resolução nº 116, de 3 de dezembro de 2013, declarando a Área sob Proteção Especial para estudos de conservação da natureza.
De acordo com o professor doutor em Geografia, José Aparecido, a criação da ASPE vem ao encontro de uma necessidade regional, em que ele aponta três vertentes: ambiental, econômica e científica.
Segundo José Aparecido, na vertente ambiental, trata-se do corredor ecológico com a maior área do bioma de mata atlântica do interior do estado de São Paulo, “com uma rica flora e fauna, além do Rio Feio que é um dos mais preservados do estado, o Salto Botelho é um dos poucos pontos do interior que aflora a rocha basáltica em contato com o arenito. Até então se preocupava muito com a mata atlântica da região litorânea e costeira, agora o interior está sendo lembrado. Antes tarde que nunca”.
Outro aspecto salientado pelo professor foi o econômico, ligado à questão do desenvolvimento regional. “A natureza ao vivo e em cores oferece um grande potencial para a prática do turismo ecológico, gerando empregos e renda sem degradação ambiental. São inúmeros produtos turísticos que podem ser oferecidos: canoagem, tirolesas, trilhas, boiacross e turismo rural; demandando treinamento de mão-de-obra especializada”.
O aspecto científico foi considerado um dos mais importantes pelo docente. “De agora em diante toda a intervenção a ser realizada nesta área tem que levar em consideração o caráter de ASPE, que demandará muitos estudos para subsidiar e consolidar esta área de preservação. Este corredor é um banco genético com potencial de disseminação de semente e espécies para recuperação e revitalização de áreas degradas, enfatiza também a proteção da fauna e flora em processo de extinção”, apontou.
O vice-diretor, professor doutor Wendel Cleber Soares, também enfatizou o reconhecimento do trabalho da FAI no cenário regional, voltado à questão socioambiental.
“A FAI poderá futuramente fazer parceria com o projeto Biota Unicamp-Fapesp, onde os alunos dos cursos de Engenharia Ambiental, Agronomia e Ciências Biológicas poderiam estar inseridos em projetos como bolsistas de iniciação científica, contribuindo assim para a preservação da flora, fauna e ecossistema”, finalizou.
A reunião foi liderada por Nelson Bugalho, diretor vice-presidente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).