Um vídeo divulgado pela agência “Ruptly” mostra o exato momento no qual o artefato explode atrás do cinegrafista da “Band” Santiago Ilídio Andrade. Ele filmava a manifestação contra o aumento da passagem de ônibus no Rio de Janeiro, na quinta-feira (6), no centro da capital fluminense.
O vídeo mostra o câmera trabalhando normalmente pouco antes do fato. A bomba é jogada perto de uma árvore, a cerca de cinco metros de distância de Andrade, mas a sequência de imagens não identifica o responsável por deixá-la no chão.
A combustão provoca o deslocamento do artefato em direção ao profissional, que é atingido na cabeça. Durante a trajetória, o material libera faíscas –a explosão é semelhante a de fogos de artifício– que também atingem a vítima. Caído no chão com graves ferimentos na cabeça, Andrade é logo socorrido por jornalistas e populares.
A 17ª DP (São Cristóvão) abriu inquérito para investigar a origem do artefato. Segundo a Polícia Civil, a análise de fragmentos deve indicar de onde partiu a bomba, isto é, se ela foi lançada ou por policiais militares ou por manifestantes. O primeiro passo é identificar o tipo de material por meio da perícia de vestígios que possam ser encontrados nas roupas que o cinegrafista vestia no momento do fato.
Peritos do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) foram ao local da explosão com o objetivo de coletar fragmentos. O trabalho é auxiliado por especialistas do Esquadrão Antibombas.
Ainda de acordo com a 17ª DP, as imagens que mostram o momento em que Andrade foi atingido serão analisadas quadro a quadro, o que deve estabelecer, na versão da Polícia Civil, “a linha de deslocamento” do artefato.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Santiago Ilídio Andrade está em coma e o estado de saúde é considerado grave. Ainda na noite de quinta-feira, a vítima foi submetida a cirurgia. O cinegrafista perdeu parte da orelha e teve um afundamento de crânio. A emissora comunicou que espera no hospital, junto à família, os resultados da cirurgia.