O primeiro-ministro australiano, Tony Abbot, anunciou nesta quinta-feira (20) que satélites detectaram objetos “possivelmente relacionados” com o voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido misteriosamente há doze dias.
A Amsa (Autoridade Australiana de Segurança Marítima) recebeu informações “novas e críveis”, “baseadas em dados de satélites, sobre objetos que poderiam estar relacionados com a busca”, disse Abbot no Parlamento. Um avião Orion foi enviado ao local para examinar tais objetos – que seriam partes da fuselagem.
“Estas são provavelmente as melhores pistas que temos agora. Mas precisamos chegar até lá, encontrá-las, vê-las e avaliá-las para saber se realmente são significativas ou não”, acrescentou Young, alertando que a baixa visibilidade na área pode atrapalhar as buscas.
“Agora temos um indício crível”, disse o ministro dos Transportes da Malásia, Hishammuddin Hussein, em uma entrevista no aeroporto de Kuala Lumpur. “Assim como fizemos desde o primeiro dia, vamos seguir cada pista e desta vez esperamos que tenha um desfecho positivo”, acrescentou.
A cautela se justifca, já que em pelo menos outras duas ocasiões a localização de “possíveis destroços” acabou se comprovando um falso alarme.
Enquanto não se obtém uma confirmação, as buscas continuam nos corredores norte e sul, disse o ministro. Há 18 navios e 29 aeronaves de 26 países participando do esforço, além de inúmeros radares e satélites.
Reino Unido, Noruega, Nova Zelândia e EUA enviaram nesta quinta reforços para a zona da costa da Austrália onde estariam os objetos.
Segundo John Young, diretor da Amsa, um dos objetos “eventualmente ligado” ao voo MH370 e detectado por satélite mede 24 metros.
“Os objetos são relativamente leves. São objetos de certo tamanho, mas que flutuam de forma intermitente”. “O maior tem 24 metros, o outro é menor”, revelou Young em entrevista coletiva.
A Austrália se encarregou das buscas do Boeing no sul do oceano Índico e, segundo a Amsa, os objetos estão a cerca de 2.500 km da costa australiana, a sudoeste da cidade de Perth
Abbot pediu para não haver conclusões precipitadas: “devemos ter em conta que o trabalho de encontrar estes objetos será muito complicado e que, no final, podem não ter qualquer relação com o voo MH370”.
Um avião Orion da Força Aérea Australiana já chegou ao local, enquanto está previsto que mais três – outro australiano, um americano e um neozelandês -, devem alcançá-lo ainda nesta quinta para auxiliar as buscas.
Um navio mercante também se aproximará da posição até o final do dia. As condições meteorológicas na região, que tem “milhares de metros de profundidade”, são “moderadas”, mas a “visibilidade é baixa”, o que dificulta as tarefas dos aviões e a tomada de outras imagens por parte dos satélites comerciais que foram reorientados para conseguir maiores detalhes do ponto, segundo Young.
A Amsa informou que, para ajudar nos trabalhos de resgate, um avião Hércules lançará boias na área destacada pelas imagens dos satélites, que servirão como um referencial para detectar o movimento das águas e localizar o avião perdido.
“Continuaremos até que o encontremos ou saibamos que é impossível achá-lo”, acrescentou o funcionário australiano. Para Young, essa é a “melhor pista” conseguida até o momento.
O comandante Zaharie Ahmad Shah e o copiloto Fariq Abdul Hamid estão no centro da investigação.