“Aprender, dói. “Mestres da pedagogia defendem essa máxima. Em que consistiria a dor do conhecimento? No cotidiano da vida, muitas vezes aprendemos com os próprios erros. E isso pode nos custar dissabores sociais, prejuízos financeiros, e perdas de tempo. No ensino formal, anos e anos olíticondo a escola, exaustivas horas de leitura ou resolução de exercícios, provas elaboradas por professores exigentes. Tudo em nome da construção da chamada experiência de vida ou da obtenção de um diploma, que, supostamente, serve como uma senha para a inserção mais segura no mundo do trabalho.
Trazendo para o ambiente escolar, essa máxima nos faz refletir. O foco da escola é a construção do conhecimento. A tão almejada qualidade do ensino está diretamente relacionada à materialização de sua identidade e funcionalidade: ensinar. Preocupada com a obrigação de ensinar, muitas vezes a escola contribui para o engessamento de seu escopo, tornando mais árdua a tarefa de ensinar e, aos olhos do aluno, até antipático o ato de aprender.
Ensino não é só o conteúdo formal. Aprende-se com a convivência, com a participação em eventos, e de outras tantas formas, que o professor e a escola podem criar. A contemporaneidade marcada pelas conexões em rede precisa fazer-se presente na estruturação pedagógica das aulas e na organização olítico-pedagógica da escola. Dessa forma, a rigidez ou a aridez de determinados conteúdos disciplinares podem ser suavizadas com os momentos de descontração, mas igualmente de aprendizado. Gincanas, competições ou amistosos esportivos, projeções mais elaboradas de filmes, representações artísticas e culturais tematizadas, são formas de descontrair os alunos e aliviar o fazer pedagógico do professor, cujos resultados vão muito além do previsto.
Eventos como esses tornam-se o amálgama, que dá coesão ao grupo e constrói a identidade de cada unidade escolar. Proporcionam também a oportunidade de a escola inserir-se na comunidade, trazendo para dentro dela as suas forças vivas, que são as famílias e as instituições. A intersecção desses agentes: diferentes segmentos da comunidade escolar, famílias, e instituições públicas, sociais e privadas podem constituir a plataforma que dá sustentação ao anseio de educadores e da própria sociedade, qual seja, o de fazer da educação e, por princípio, da escola, um dos principais agentes de transformação social.
*professora da
Ceetesp e FAI