Os familiares dos passageiros do voo MH370 da companhia Malaysia Airlines seguem confinados em um hotel de Pequim e esperam com nervosismo que a companhia aérea lhes relate a situação de seus parentes, por enquanto desaparecidos.
A companhia transferiu os familiares a um hotel situado ao nordeste da capital chinesa do próprio aeroporto no começo da manhã de ontem, 8, quando se confirmou que o avião tinha perdido o contato com a torre de controle de tráfego aéreo de Subang.
Em entrevista coletiva no hotel, um porta-voz da companhia aérea, que se limitou a ler um comunicado que a companhia já tinha publicado previamente em seu site e não aceitou perguntas, declarou que os parentes “estão sendo informados da situação o tempo todo”.
No entanto, as poucas pessoas que deixaram a sala declararam à imprensa presente que “havia muita desinformação” e que “não sabiam nada” sobre as circunstâncias do desaparecimento do avião e de seus parentes.
Segundo a agência oficial “Xinhua”, há 120 familiares no recinto, e um deles assegurou que “nenhum representante da companhia foi a acalmar-lhes ou a dar novidades sobre o que ocorreu”.
Outra familiar, uma mulher de Tianjin cujo marido viajava no avião, se lamentava do ocorrido e assegurava que seu filho pequeno “não pode viver sem pai”. Destacou, além disso, que a companhia aérea “somente lhe deu um papel com o comunicado oficial, nada mais”.
Na realidade muito pouco dos confinados entraram ou saíram dos salões do hotel, um recinto escoltado por um forte esquema de segurança e centenas de jornalistas, principalmente chineses, a nacionalidade à qual pertence a maioria dos passageiros do voo (153 dos 227).
Além dos cidadãos chineses, a lista oferecida pela Malaysia Airlines indica que o avião leva 38 malaios, sete indonésios, cinco indianos, seis australianos, quatro franceses, três americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadenses, um russo, um italiano, um holandês, um taiwanês e um austríaco.
Segundo pôde comprovar a Agência Efe, na entrada do hotel havia várias ambulâncias, assim como grupos de psicólogos que entravam na sala onde permanecem os parentes. Por outra parte, no aeroporto pequinês, os painéis ainda marcavam que o voo que devia chegar às 6h30 da manhã havia sido “cancelado”. No escritório de informação do terminal de chegadas, um quadro negro advertia aos parentes dos passageiros do voo MH370 que se dirigissem diretamente ao citado hotel.
Quanto às autoridades, o presidente do país, Xi Jinping, ordenou ontem que se iniciem “todos os esforços necessários” nas medidas de emergência relacionadas com o avião desaparecido.
De fato, as autoridades chinesas já mandaram dois navios ao Mar do Sul da China para ajudar nos trabalhos de busca e resgate do avião, com o qual se perdeu o contato enquanto sobrevoava a área de controle aéreo da cidade de Ho Chi Minh, situada no sul do Vietnã.
Por sua parte, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, assegurou que o governo chinês está “muito preocupado” pelo desaparecimento do avião, e expressou seu desejo que “todo o mundo a bordo esteja são e salvo”. À medida que avançam as horas e a companhia não informa novidades, este último desejo parece cada vez mais difícil de tornar-se realidade, embora os parentes e amigos que aguardam boas notícias no hotel pequinês tentem não perder a esperança.