É comum encontrarmos, andando pelo asfalto, em terrenos baldios, subindo pelos muros e invadindo as casas, um caramujo, que na verdade biologicamente é um caracol, relativamente grande e marrom rajado. É o já conhecido caramujo gigante africano (Achatinafulica), não o pegue com as mãos desprotegidas e nem deixe as crianças brincarem com ele, pois este molusco pode transmitir doenças!
Este caramujo grande, terrestre, é nativo do leste e nordeste da África. Foi introduzido no Brasil para ser comercializado como escargot, mas seu comércio é ilegal, já que o Achatina não é comestível. Encontrado em mais de 14 estados brasileiros e em inúmeras cidades, principalmente pelo interior do estado de São Paulo, vivendo livre, tornou-se uma praga, uma vez que não possui inimigo natural. Está atacando e destruindo plantações e pode transmitir doenças causadas por dois tipos de vermes.
O Achatina põe cerca de 200 ovos a cada 2 meses. Após 5 meses os filhotes se tornam adultos e começam a se reproduzir. Sobrevive o ano todo, se reproduzindo mais rapidamente no inverno. É super resistente à seca e ao frio.
A simples manipulação dos caramujos vivos pode causar contaminação, pois na sua secreção podem aparecer tipos de vermes, como Angistrongyloscantonensis – causador da angiostrongilíase meningoencefáfica humana, que tem como principais sintomas: dor de cabeça e constante rigidez da nuca e distúrbios do sistema nervoso e Angiostrongy los costaricensis – causador da angiostrongilíase abdominal, doença grave que pode resultar em morte por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal. Tem como principais sintomas: dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômitos.
A identificação dos vermes é difícil, pois os ovos dos mesmos não aparecem nas fezes dos doentes e o próprio verme é desconhecido da maioria dos médicos sanitaristas e protologistas.
Quando encontramos um caramujo gigante, devemos primeiramente verificar se é mesmo o caramujo gigante africano. Em caso de dúvida, procurar a Secretaria Municipal de Saúde de sua cidade. Depois devemos recolhê-lo manualmente, sempre com luvas descartáveis ou sacos plásticos, colocando-o dento de outro saco plástico mais reforçado.
Para matá-los, deve-se queimá-los dentro de latas ou tonéis. Pode-se também colocar sal ou cal, dentro do saco plástico que contém os caramujos, e enterrá-los. Nunca os despreze em aterros sanitários, pois estes podem contaminar o solo.
Depois de mortos é importante que se esmaguem as conchas, para que estas não acumulem águas e se tornem criadouros de mosquitos, como da dengue e da febre amarela. Não se deve usar veneno, pois afeta o meio ambiente e não o molusco.
Não se deve deixarem seu terreno telhas, tijolos, sobras de construção ou excesso de plantas. Eles servem de criadouros desses bichos! (Fonte: Secretaria da Saúde/Superintendência de Vigilância em Saúde/Vigilância Epidemiológica)
*professores biólogos do Colégio Objetivo de Dracena