O prefeito José Antonio Pedretti e o presidente da Câmara, Moisés Antonio de Lima reivindicam ao Governo do Estado, com urgência, a reativação em Dracena, do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) que está desativado e causando transtornos às famílias que são obrigadas a esperar de sete a oito horas os corpos de parentes retornarem de Presidente Prudente para realizar o velório e o sepultamento.
No ofício do prefeito, encaminhado segunda-feira, 10, aos deputados estaduais da região, Reinaldo Alguz, Mauro Bragato, Ed Thomas, Pedretti afirma que a desativação do SVO está gerando grandes transtornos à comunidade dracenense.
“Os serviços de avaliação da ‘causa da morte’ desconhecida ou duvidosa, são realizadas na cidade de Presidente Prudente, localizada a uma distância aproximada de 100 quilômetros, o que implica em demora para liberação dos corpos e realização dos velórios, obrigando os familiares a vivenciar momentos angustiantes numa ocasião tão delicada”, informa o ofício do prefeito.
No ofício, Pedretti explica que o SVO tem importância fundamental para a comunidade, especialmente para a saúde pública e proteção da sociedade, com ênfase ao Departamento de Vigilância Epidemiológica na realização de ações de combate e controle de doenças que ameaçam a vida. “Solicitamos o apoio de vossa excelência no sentido de interceder junto ao Governo do Estado, buscando o retorno das atividades do SVO no município”, afirma o prefeito aos deputados.
CÂMARA – O presidente da Câmara, Moisés Antonio de Lima também informou ontem à reportagem que hoje, 12, estaria em São Paulo para também encaminhar ao presidente da Assembleia Legislativa (Alesp), Samuel Moreira e o deputado Mauro Bragato, documentos pedindo o apoio junto ao Governo do Estado, para a reativação do SVO.
Moisés que também é proprietário de funerária informa que está encaminhando o mesmo ofício ao governador Geraldo Alckmin, pedindo o retorno do serviço.
“O SVO funciona no Hospital Regional (HR) em Presidente Prudente, das 7h às 19h, para casos de óbitos não violentos e se ocorre uma morte em Dracena, por exemplo, às 18h, a constatação da causa da morte só será feita pelo SVO em Prudente, no dia seguinte e mesmo assim, a prioridade é para quem falece no hospital (HR)”, reitera Moisés.
O presidente da Câmara esclarece que as funerárias não cobram o serviço de translado do corpo para o SVO em Prudente. “Devido a muitas famílias não terem o recurso e ao mesmo tempo estarem passando pelo transtorno da perda de um ente querido”, informa.
Além da demora na liberação do corpo, até a realização da autópsia, existe um procedimento burocrático para que seja autorizado o translado do corpo.
“Primeiro é necessário fazer um boletim de ocorrência na Polícia, comunicando o destino do corpo, depois disso, a família deve autorizar a remoção, mas é um momento de desespero da família, que assina o documento pensando que estará agilizando os procedimentos e o retorno do corpo para o velório e sepultamento, mas não é o que ocorre na maioria das vezes e a família tem que aguardar horas para isso acontecer”, esclarece o presidente.
Moisés informa que no HR há somente um médico para fazer a autópsia. “Eu mesmo atendi um caso, em que o morador de Dracena faleceu às 21h, sai daqui (Dracena) às 5h e cheguei antes das 7h (no dia seguinte) no SVO e o corpo só foi liberado às 11h30, além disso, o exame patológico é encaminhado para São Paulo, onde fica determinada a causa morte. Queremos que tudo seja realizado aqui em Dracena, temos dois Institutos Médico Legal (IML) um do Estado e outro do município que funcionam bem, além disso, há casos de pessoas que morrem em que não é necessária a autópsia, pois já existe um quadro clínico desse paciente que vem sendo acompanhado pelos médicos que podem constatar o motivo da morte, em decorrência da evolução do quadro que se encontrava”, pondera Moisés.
Hoje no IML de Dracena, conforme ele, são realizadas as constatações da causa da morte, em vítimas de mortes violentas, como homicídio, suicídio, afogamento e acidentes de veículos. “O que está precisando, é uma parceria do Estado com o município para reativação do SVO”, conclui o presidente. O SVO, em Dracena, abrange as cidades da microrregião.