O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) de Adamantina promoveu na última semana, mais um emocionante reencontro. Os profissionais da unidade local receberam com muita alegria, os familiares do morador Lourival Alves da Cunha, carinhosamente conhecido por “Loro”, que após 30 anos sem qualquer vínculo familiar reencontrou a irmã e o cunhado.
Nesse período, Lourival permaneceu internado em diversos hospitais psiquiátricos até dar entrada na Clínica de Repouso Nosso Lar de Adamantina, onde morou por aproximadamente 15 anos, e nos dois últimos anos residindo no SRT.
O reencontro foi possível apenas através do trabalho dos profissionais do residencial terapêutico, com o auxílio do Núcleo de Informação da Secretaria de Saúde de Adamantina. Eles efetuaram levantamento e obtiveram nomes e endereços de familiares de Lourival, residentes no litoral paulista.
A partir desse momento solicitaram a intervenção do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) do Guarujá para intermediação junto aos familiares, a fim de que os vínculos fossem resgatados.
A família, que desconhecia o paradeiro de Lourival, passou a manter contatos telefônicos com o SRT e na última semana, a irmã Elizabete e o cunhado Domício vieram visitá-lo.
Dos moradores do SRT de Adamantina, Lourival era o único que ainda não tinha reencontrado a família. No ano passado, o SRT conseguiu promover o resgate do vínculo com a família do morador Adriano.
RESIDENCIAL TERAPÊUTICO – Em funcionamento desde julho de 2012, o Serviço Residencial Terapêutico funciona na alameda João Andrade, 192, e reúne oito moradores (capacidade da unidade) com longo histórico de internação em hospitais psiquiátricos.
O serviço tem por objetivo o resgate da autonomia para atividades de vida diária e a reinserção social e desta forma, os pacientes desenvolvem autonomia para executar tarefas cotidianas, como cozinhar, limpar, arrumar, cuidar de seus utensílios pessoais, sempre com o auxílio e orientação do cuidador.
A unidade possui equipe multiprofissional, formada por seis cuidadores, uma copeira, uma zeladora e a coordenação de uma Assistente Social. Além dos profissionais da Residência Terapêutica, os pacientes passam por atendimentos do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), unidade referência de saúde, pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras), unidade que oferece atividades manuais, Etec Eudécio Luiz Vicente, que oferece aulas de computação e o Grupo Operativo, que trabalha os conflitos de grupo, com psicólogo disponibilizado em parceria firmada com a FAI.
A Secretaria de Saúde de Adamantina tem como meta estabelecer nova unidade de Residência Terapêutica na cidade com oferta de oito novas vagas.
As Residências Terapêuticas são mantidas com recursos financeiros anteriormente destinados aos leitos psiquiátricos. Assim, para cada morador de hospital psiquiátrico transferido para a residência terapêutica, igual número de leitos psiquiátricos deve ser descredenciado do SUS, e os recursos financeiros que os mantinham devem ser realocados para os fundos financeiros do estado ou do município para fins de manutenção dos Serviços Residenciais Terapêuticos.
Esse serviço está sendo implementado desde 2000 em todo o país pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para em conjunto com os demais programas existentes na área de saúde mental, substituir o modelo de atenção centrado no hospital psiquiátrico.