A imperdoável eliminação precoce de Corinthians, Palmeiras e São Paulo, do outrora qualificado Paulistão, estimulou obrigatórias interpelações ao antigo Trio de Ferro. Expressão inventada na década de 1920 para rotular a reunião de Corinthians, Palmeiras e o Clube Atlético Paulistano onde atuava o maior craque do nosso futebol amador, Arthur Friedenreich. Na década de 1930, o Paulistano extinguiu o futebol e seu sucessor foi o São Paulo, fundado em 1935. Renascia o Trio de Ferro, agora com Corinthians, Palmeiras e São Paulo.
Hegemonia de duas décadas
De acordo com o historiador e professor-doutor da Unesp, João Francisco Tidei Lima, durante 20 anos o Trio de Ferro dividiu entre si todos os títulos do Paulistão. Até que em 1955, o Santos, presidido pelo deputado Athiê Jorge Cury e financeiramente bancado pelo proprietário de navios, Modesto Roma, montou um time competitivo, escalado pelo técnico Luís Alonso (Lula). Campeão, na penúltima rodada, teve como formação-base: Manga, Urubatão, Hélvio, Formiga e Feijó. Ramiro, Negri e Del Vecchio. Tite, Álvaro e Pepe.
Escalou todos
Único técnico a ganhar o Paulistão pelos componentes do Trio de Ferro, destaca o historiador, Oswaldo Brandão (1916-1989) também comandou a Portuguesa de Desportos e orientou o campeão argentino Independiente. Fazendo o estilo “paizão” junto aos jogadores, ainda teve passagens pela seleção brasileira. Uma delas em 1956, escalando o time que bateu por 1 a 0 a eterna rival Argentina, em partida válida pela Copa América, em Montevidéu (Uruguai).
Quase três décadas
Domingo passado, com reconhecidos méritos, o Ituano faturou o Paulistão, levando a melhor sobre o Santos. A última vez que um clube do interior obteve o título foi no segundo semestre de 1986, quando o Inter de Limeira aprontou em cima do Palmeiras.
Como foi
A decisão teve início em 31 de agosto, no Morumbi, diante de 105 mil pagantes: empate sem gols. Dia 3 de setembro, 77 mil viram o Inter fazer 2 a 1, gols de Tato e Kita contra um de Amarildo. O treinador Pepe (ex-Santos e seleção brasileira) escalou Silas, João Luís, Juarez, Bolívar e Pecos. Manguinha, Gilberto Costa e João Batista (Alves). Tato, Kita e Lê (Carlos Silva). Carbone montou o Verdão com Martorelli, Diogo (Ditinho), Márcio, Amarildo e Denys. Lino (Mendonça), Gerson Caçapa e Jorginho. Edmar, Mirandinha e Éder.
Ano abençoado
No mesmo ano, Pepe transferiu-se para o São Paulo e conquistou o campeonato brasileiro em decisão épica contra o Guarani, em Campinas. Empate no tempo normal e prorrogação, definição nos penais. O torneio só terminou só em 87 – 1 a 1 no Morumbi e 3 a 3, no Brinco de ouro. Nos penais, deu São Paulo por 4 a 3. Dario Pereyra, Fonseca, Rômulo e Wagner Basílio converteram para o tricolor, cabendo a Tosin, Valdir Carioca e Evair descontar para o Bugre.
Ganhou, mas não levou
Em termos de política, o ano de 1986 foi marcado pela volta à democracia, após 21 anos de ditadura. O mineiro Tancredo Neves foi eleito, em pleito indireto, presidente da República. Doente, faleceu antes de assumir e foi substituído pelo vice José Sarney.
Um bom domingo
Ao desejar uma feliz Páscoa para os leitores e assinantes, agradecemos e retribuímos a bonita mensagem enviada por Xico Caldas, Xica e demais integrantes da Kik Tour, Viagens e Turismo.
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