Oi um tc? É assim que jovens se cumprimentam em milhares de salas de bate-papo disponíveis na internet. Para quem não está acostumado com esses ambientes digitais, “oi vamos teclar?” nada mais é do que um convite à interação. Pode causar pavor ou identificação dependendo do olhar daquele que o observa.

São muitas as opções para quem quer se comunicar online. Redes sociais como Facebook, Linkedin, bate-papos gratuitos disponibilizados por provedores de internet, troca de mensagens que exigem a instalação de programas específicos (Skype, Snapchat e Whatsapp, por exemplo) enfim, todas essas ferramentas fazem parte da vida dos jovens em idade escolar de todo o País. Por meio delas, a comunicação se dá em tempo real e no modo do enunciado escrito, mas não de acordo com as regras preconizadas por gramáticas tradicionais da língua.
Devido a esse aparente distanciamento entre as práticas de escrita em questão – aquela aprendida na escola e a emergente em bate-papo virtuais – criou-se um termo para designar a escrita da internet:- chamaram-na de internetês.
O internetês é reconhecido, socialmente, por uma prática de escrita tida como caótica e assistemática em termos de linguagem. Nessa escrita é comum que sejam identificadas características ortográficas, lexicais, sintáticas e textuais bastante distintas daquelas que um texto científico apresenta.
O fato é que, ainda que critiquem, os jovens fazem uso dos internetês – até mesmo para criticá-lo.
A escola, enquanto instituição não pode simplesmente ignorar a maneira com que seus alunos escrevem no dia-a-dia. Ela precisa compreender como se dá essa escrita e utilizá-la a favor do ensino da língua.
Em contrapartida, o jovem deve ter em mente que, em alguns contextos, o internetês pode ser utilizado, em outros, essa prática de escrita deve ser deixada de lado. Nos vestibulares, por exemplo, o patrão de escrita exigido é aquele que segue de maneira estrita, as normas ortográficas e gramaticais.
Um apresentador de televisão divulgou que muitas provas do Enem deixaram de ser corrigidas pelo uso excessivo de palavras abreviadas.
Outro aspecto a ser considerado é o conteúdo do que se coloca na rede. Muitos “amigos” se ofendem, colocam coisas íntimas na internet e os conflitos vão se repercutir quando se encontram na escola, ocasionando problemas para professores e coordenadores.
Todos devem ter sabido o que aconteceu recentemente no Guarujá, quando uma mulher foi brutalmente assassinada por uma falsa notícia publicada nas redes sociais.
Temos que ter, portando, maturidade para saber usar a internet para o bem, aproveitando tudo de bom que ela pode nos proporcionar.
Cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém.
*professora de Literatura do ensino fundamental e médio do Colégio Objetivo de Dracena