O atleta da Secretaria Municipal de Esportes de Presidente Prudente (Semepp), Gustavo Henrique, de 21 anos, que integra a equipe de atletismo Fundacte/Semepp, recebeu, nos últimos dias uma notícia que mudou sua rotina de treinamento. É que ele foi diagnosticado com uma doença nos olhos chamada “ceratocone”.

A patologia – degenerativa progressiva da córnea – ocorre em um a cada 20 mil pessoas e está associada a baixa de visão geralmente por alta miopia e astigmatismo. Caracteriza-se pelo aumento da curvatura corneana, associado ao afinamento da córnea e a formação de cicatrizes em casos mais avançados.

Assim, Gustavo, que é natural de Uberlândia (MG), teve que deixar o atletismo convencional e migrar para a modalidade PCD (Pessoa com Deficiência). “Fiquei muito triste com o aparecimento desta doença, mas tenho que encarar este problema e me adaptar a situação. No atletismo convencional não tenho mais condições de correr com atletas que não têm nenhum tipo de deficiência. Por isso conversei com o técnico do atletismo PCD da Unesp/Semepp [Isaque Augusto] e ele me incluiu na equipe”, conta.

E sem perder tempo, Gustavo já passará por uma classificação médica, uma espécie de avaliação, para saber se ele realmente tem a doença. A consulta será no dia 23, no Rio de Janeiro, e será feita e supervisionada por médicos do Comitê Paralímpico Brasileiro. “Nós solicitamos essa avaliação e os médicos do comitê brasileiro enviaram um pedido para que eu realizasse uma série de exames nos olhos. Fizemos os exames e já estão no Rio de Janeiro. Comecei a perceber essa doença no começo de fevereiro”, relata.

Após esta avaliação, o atleta de Prudente será liberado para disputar a Etapa Fase Regional Circuito Caixa de Atletismo Paralímpico, que será disputado nos dias 24 e 25, também no Rio de Janeiro. Ele disputará as provas dos 100, 200 e 400 metros rasos.

Gustavo diz que a doença não vai tirar seu sonho de fazer sucesso na carreira. “Antes de aparecer os sintomas da ‘ceratocone’ sonhava em participar dos Jogos Olímpicos. Agora, como atleta PCD, quero e vou disputar os Jogos Paralímpicos. Reconheço que tenho que me adaptar a situação, mas não é um bicho de sete cabeças. Por isso, vamos encarar e tudo dará certo”, conclui.