A economia brasileira começou 2014 com uma expansão moderada ao registrar avanço de 0,2% no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores, com destaque para o desempenho da agropecuária. Em valores correntes (em reais), a soma das riquezas produzidas no período chegou a R$ 1,204 trilhão.
Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (30).
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 1,9%. No acumulado em quatro trimestres encerrados no 1º trimestre de 2014, a atividade doméstica cresceu 2,5%.
A despesa de consumo das famílias, que vinha puxando o crescimento da economia nos últimos anos, recuou 0,1% frente ao último trimestre do ano passado – a primeira queda desde o terceiro trimestre de 2011.
O resultado deste trimestre confirmou as expectativas dos analistas, que estimaram um crescimento próximo de zero. A previsão do IBC-Br, que pretende ser uma “prévia” do PIB, mostrou uma expansão de 0,29% na atividade nesses três primeiros meses.
Para o ano de 2014, a previsão deeconomistas do mercado financeiro é de alta de 1,63%, segundo o boletim mais recente divulgado pelo Banco Central. A expectativa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é um pouco mais otimista, ficando entre 2,3% e 2,5%. Em 2013, a economia cresceu 2,3%.
Agropecuária cresceu mais
Nos três primeiros meses do ano, a agropecuária cresceu 3,6%, depois de recuar 0,5% no quarto trimestre de 2013. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, o avanço foi menor, de 2,8%. De janeiro a março do ano passado, o setor havia mostrado expansão de 3,2%.
O setor de serviços também avançou, mas em um ritmo menor que o da agropecuária. Em relação ao quarto trimestre do ano anterior, o avanço foi de 0,4%. Nesse período, a atividade havia registrado alta de 0,7%. Já na comparação anual, o avanço foi bem maior, de 2%. No primeiro trimestre de 2013, a alta do setor fora de 0,3%.
Os serviços de intermediação financeira e seguros influenciaram positivamente o desempenho desse ramo da economia, ao crescer 1,2% frente ao trimestre anterior. Atividades imobiliárias e aluguel, transporte, armazenagem e correio também contribuíram. Por outro lado, a queda nos serviços de informação, de 5,2%, impediu que essa área da economia tivesse um resultado melhor.
Já a atividade da indústria recuou 0,8%, influenciada pela queda na construção civil, de 2,3%, e da indústria de transformação, que também teve baixa, de 0,8%. Em relação ao mesmo período de 2013, a indústria o resultado da atividade fabril foi exatamente oposta: alta de 0,8%. No primeiro trimestre de 2013, o setor havia crescido 0,6% e, no quarto, recuado 0,2%.
Esses números se referem ao último trimestre do ano passado. Nesta divulgação, os dados já consideram a alteração da pesquisa de produção industrial, que incorporou novos produtos, como tablets e biodiesel, e perdeu outros. Com isso, a série composta a partir de 2010 do PIB foi recalculada.
Queda nos investimentos
A formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos, sofreu queda de 2,1%, confirmando o pessismo de analistas, e a despesa da administração pública, que indica os gastos do governo, cresceu 0,7% em relação ao trimestre anterior.
Quando comparado ao ano anterior, os números ficam diferentes. O consumo das famílias, ao contrário do que ocorreu na comparação trimestral, cresceu a uma taxa de 2,2%, a 42ª alta seguida nessa base de comparação, com influência para o aumento da renda. Os gastos do governo também tiveram expansão maior, de 3,4%. Já os investimentos tiveram a mesma queda que a verificada no primeiro trimestre de 2013.
Quanto ao setor externo, as exportações de bens e serviços caíram 3,3%, enquanto as importações cresceram 1,4%. Na comparação anual, aumentaram tanto as exportações quanto as importações – alta de 2,8% e 1,4%, respectivamente.
Poupança
A taxa de poupança ficou em 12,7% no primeiro trimestre de 2014 (ante 13,7% no mesmo período de 2013). Já a taxa de investimento nos três primeiros meses deste ano foi de 17,7%, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (18,2%).