JR – Como foi o começo da sua carreira após sua profissionalização?
VS – Depois de seis anos jogando nas categorias de base do Corinthians, inclusive conquistei alguns títulos, o mais importante deles, a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2005, fui emprestado para o Ituano em 2006 onde disputei a Série B do Brasileirão. Após a disputa retornei ao Corinthians e fui novamente emprestado, desta vez para o São Bento de Sorocaba para disputar a primeira divisão do Paulistão. Foi aí que me destaquei e isso me abriu portas. Recebi algumas propostas e o Siena da Itália foi a minha escolha.

JR – A adaptação ao futebol europeu foi difícil?
VS – A adaptação realmente demanda certo tempo. O nível técnico é muito alto. Aprendi muito neste primeiro contato com outros costumes e maneiras de se desenvolver o futebol. Treinava tática todos os dias no clube e nisso os italianos são os melhores. Jogar a Série A do italiano me ajudou muito a crescer pessoal e profissionalmente. Joguei também a Série B da temporada 2008/2009 pelo Treviso.

JR – Você sofreu algum preconceito na sua chegada a Europa?
VS – Sempre existe um ou outro que te trata com certa indiferença, mas a gente ‘tira de letra’. Com o passar do tempo a convivência vai melhorando. Nós, brasileiros, somos mais cobrados no elenco, querem que façamos a diferença justamente por sermos brasileiros (risos).

JR – Algum jogo contra uma grande equipe te marcou? Qual foi?
VS – Fiz grandes jogos na Itália, mas o que me lembro mais é na Grécia, já como jogador do Pas Giannina. Jogávamos contra o Olympiacos e perdíamos por 2 a 0 e nos cinco minutos finais conseguimos diminuir e empatar a partida com uma assistência minha. A partida era na nossa casa e quando o juiz encerrou o jogo a torcida invadiu o campo pra comemorar e a partir dali percebi o quanto eram fanáticos por futebol e isso me marcou bastante naquele momento.

JR – E esta passagem pelo futebol grego como foi?
VS – Após duas temporadas na Itália, me transferi para o Pas Giannina, time da série A da liga grega. Foi maravilhoso jogar na Grécia, três temporadas muito boas. Logo no primeiro ano tive o orgulho de ter sido escolhido como o melhor jogador da equipe no campeonato e fui mantendo esta regularidade com o tempo. Enfim, foi uma passagem muito positiva e voltaria com certeza pra lá.

JR – Como surgiu a negociação com o Khazar do Azerbaijão?
VS – Seis meses antes do término do meu contrato com o Pas Giannina, fui procurado por um empresário do Azerbaijão que me perguntou se eu tinha interesse em jogar por lá. Num primeiro momento não me interessei, pois não conhecia absolutamente nada sobre este país. Após algumas pesquisas sobre o local acabei me convencendo e evolui as conversas com este empresário até que chegou uma proposta do Khazar Lankaran e junto com minha família decidi aceitá-la.

JR – E sua adaptação neste novo país, como foi?
VS – A mesma dos outros países. Algumas dificuldades, algumas diferenças, principalmente culturais, mas a gente acaba se acostumando. Com o apoio da família tudo fica mais fácil. Minha esposa Memphis Stefany e meus filhos no começo sentiram um pouco, mas agora já estão acostumados com o dia a dia dos azerbaijanos. Meus filhos Lucca e Isabelle frequentam uma escola internacional e já até arriscam algumas palavras em azeri, a língua nativa.

JR – Já surgiu ou existe alguma possibilidade de um retorno ao futebol brasileiro?
VS – Surgiram algumas possibilidades de retorno sim, mas meu objetivo hoje é permanecer na Europa. Claro que a vontade de voltar ao Brasil cresce a cada ano afinal já são sete anos longe do país, mas minha cabeça está aqui e creio que ainda não é o momento.
CURIOSIDADES – O Azerbaijão é uma nação dominada por populações muçulmanas e turcas. O país foi independente de 1918 a 1920, quando o Exército Vermelho invadiu o país e o integrou à União Soviética. Em 1991, com a queda da União Soviética, o Azerbaijão reconquistou sua independência. Apesar do cessar-fogo em 1994, o Azerbaijão permanece em conflito com a Armênia pela disputa da província de Nagorno-Karabakh, o que levou a uma perda de 16% de seu território. O Azerbaijão reduziu a pobreza de forma bem sucedida, reconquistou a soberania política e aderiu à Comunidade de Estados Independentes, juntamente com outras dez antigas repúblicas soviéticas.
CAPITAL: Baku.
LÍNGUA OFICIAL: azerbaijano (azeri), lezgi, russo, armênio.
NOME OFICIAL: República do Azerbaijão
MAIOR CIDADE: Baku
ÁREA: 86.600 Km2
FRONTEIRAS: Fronteira com a Armênia (com controle do Azerbaijão) Armênia (com exclave de Azerbaijão-Nakichevan), Geórgia, Irã (com controle do Azerbaijão), Irã (com exclave de Azerbaijão-Nakichevan), Rússia, Turquia e Mar Cáspio.