O operário Muhammad´Ali Maciel Afonso, de 32 anos, sofreu uma descarga elétrica e morreu na manhã desta quinta-feira, na Arena Pantanal. Ele estava no setor leste do estádio e realizava serviços para o consórcio CLE, responsável pela parte elétrica de de tecnologia de informação. No acidente, ele sofreu uma parada cardiorespiratória e duas unidades de atendimento foram até o local para tentar reanimar a vítima.
No momento do acidente, ele estava instalando luminárias no corredor do estádio, que dá acesso aos camarotes. Não houve queda brusca, já que Maciel estava em uma escada de cinco degraus e, segundo informações, estava no segundo degrau. As equipes do Corpo de Bombeiros chegaram rapidamente no local e tentaram reanimar o operário por 40 minutos. Muhammad deixa dois filhos.
O local do acidente está isolado e não vai comprometer o final das obras do estádio, que vai receber quatro jogos na Copa do Mundo.
A Secopa-MT ainda não se posicionou sobre o caso. Uma coletiva ainda nesta quinta-feira vai esclarecer o que aconteceu. Foi o primeiro acidente grave no estádio da capital mato-grossense. Em outubro de 2012, o setor oeste da Arena Pantanal pegou fogo, mas ninguém ficou ferido.
Esta é a nona morte de trabalhadores em obras de estádio no Brasil.
O primeiro óbito nas construções dos estádios para a Copa foi registrada em junho de 2012, quando José Afonso de Oliveira Rodrigues, de 21 anos, despencou de altura de 30 metros no estádio Mané Garrincha. O maior número de mortes, quatro, ocorreu na Arena da Amazônia, em Manaus. Em março do ano passado, Raimundo Nonato Lima Costa, de 49 anos, não sobreviveu após cair de uma laje. Em outra queda, ocorrida em 14 de dezembro, a vítima foi Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos.
No mesmo dia, José Antônio Nascimento Souza, de 50 anos, sofreu um mal súbito enquanto trabalhava na obra do Centro de Convenções do Amazonas, que faz parte do complexo construído para a competição. Depois, veio o acidente na Arena Corinthians no dia 27 de novembro do ano passado. Na ocasião, três estruturas metálicas caíram na parte de trás do estádio em construção, causando a morte de Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, e Ronaldo Oliveira dos Santos, de 44. A oitava morte foi do português Antônio José Pita Martins, de 55 anos, que sofreu um acidente durante a desmontagem de um guindaste.