A Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra alertou hoje (6) que as eleições presidenciais na Ucrânia, previstas para o dia 25 deste mês, podem ser perturbadas, caso se mantenham os níveis de violência que se registram no país.

“Se a situação que se vive nos últimos dias se mantiver em certas cidades onde se verificaram incidentes muito violentos, com edifícios importantes incendiados e assassinatos nas ruas, obviamente que é muito difícil que se realizem eleições”, disse o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville.

A Agência das Nações Unidas para os Direitos Humanos tem neste momento uma missão, formada por 34 observadores na Ucrânia, que têm reportado violações dos direitos humanos por parte das forças governamentais e de grupos pró-russos. Por outro lado, a diplomacia britânica acusou a Rússia de tentar desestabilizar a realização das eleições presidenciais na Ucrânia.

“A Rússia parece ter a intenção de perturbar as eleições”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, William Hague, em entrevista a jornalistas, antes da reunião ministerial do Conselho da Europa, em Viena, em que participam o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, e o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Dechtchitsa.

William Hague, que deve ir ainda hoje a Kiev, acrescentou que a maioria dos ucranianos já demonstraram uma forte vontade no sentido da realização do pleito eleitoral. Também o presidente francês, François Hollande, na reunião de Viena, alertou que o caos e o risco de guerra civil podem instalar-se caso não se realizem as eleições na Ucrânia.

Durante um discurso, o representante da diplomacia ucraniana afirmou que Kiev espera uma forte declaração do Conselho da Europa sobre o apoio à realização das eleições.  A Rússia não reconhece o atual governo da Ucrânia e considera que as eleições são “absurdas” no contexto atual.