Na Copa de Mundo de 2010 na África do Sul, muito se falou na convocação de Neymar e Ganso que estavam em excelente fase no Santos. Mas o treinador gaúcho preferiu não chamá-los alegando que ainda não tinham a experiência e maturidade pra se disputar um Mundial. Quatro anos se passaram e Neymar se transformou em um jogador de suma importância para a seleção e também para o Barcelona, clube que defende desde julho de 2013. Não foi apenas uma mudança de ares, foi também um choque de realidades, de comportamento dentro e fora de campo. Chegar em uma equipe considerada a melhor da última década, com astros campeões de tudo o que disputaram desde 2008 na Espanha e no clube catalão, e ainda fazer dupla com o melhor jogador do mundo nas últimas quatro edições da Bola de Ouro da Fifa, não é pra qualquer um. Neymar chega como protagonista ao momento mais importante da seleção nos últimos 64 anos. Espantar o fantasma do Maracanaço de 1950 não será fácil, mas potencial pra isso existe de sobra. Junto com um time renovado, de grandes talentos, alguns ainda em formação, o craque santista quer provar pra si mesmo, para os brasileiros e espanhóis, que seu talento está acima de qualquer prancheta tática, de esquemas enrijecidos e de imprensa destrutiva. Na ‘Era Felipão’, completará o seu 50º jogo na partida desta quina-feira, 12, na estreia da Copa contra os croatas. Dizer o nome Neymar é sinônimo de seleção, de espetáculo, e de algumas coisas que ainda o jogador não nos mostrou. Com apenas 22 anos, seria capaz de liderar uma seleção rumo ao sexto título? Especialistas e comentaristas esportivos se dividem quando este tema é abordado. Mas os números não mentem. Foi quem mais jogou, quem mais marcou gols e mais efetuou assistências. São 31 gols em 49 jogos. Participou diretamente de dezenas dos 114 gols marcados em partidas que jogou. Felipão garante que o atleta é sim a peça-chave deste elenco, o cara que desequilibra em momentos difíceis, e é assim que o técnico o quer daqui pra frente. No Barça ainda não despontou, o que é até compreensível diante do que encontra por lá, mas se fizer o que fez na última Copa das Confederações e nos dois amistosos preparatórios, tem tudo pra ser o melhor jogador deste Mundial e assim consagrando seu nome na história do futebol mundial e enterrando de uma vez por todas, a sombra de 1950, em pleno Maracanã.