Ainda pouco conhecida, a doença celíaca pode ser confundida com outros distúrbios. Trata-se da intolerância permanente ao glúten, podendo se manifestar em qualquer idade na vida do indivíduo. Os portadores da doença não podem ingerir alimentos como pães, bolos, biscoitos, torradas e cervejas, uma vez que, o glúten é encontrado no trigo, aveia, centeio, malte e na cevada. Todos os alimentos que são feitos a partir desses ingredientes possuem a proteína do glúten.
Segundo a Associação de Celíacos do Brasil (Acelbra), o glúten não desaparece quando os alimentos são assados ou cozidos, e por isto, uma dieta deve ser seguida à risca. O glúten agride e danifica as vilosidades do intestino delgado e prejudica a absorção dos alimentos.
A Acelbra ainda esclarece que a doença pode ser sintomática ou assintomática. A sintomática apresenta manifestações podendo ser anemia, irritabilidade, fadiga, prisão de ventre, constipação intestinal crônica, manchas e alteração do esmalte dental, esterilidade e osteoporose antes da menopausa.
Se não houver sintomas são realizados exames em familiares de primeiro grau do celíaco, que têm mais chances de apresentar a doença. Se não tratada a doença, podem surgir complicações como o câncer do intestino, anemia, osteoporose, abortos de repetição e esterilidade.
De acordo com a nutricionista Renata Andrade Moraes, pessoas que possuem a doença celíaca não podem consumir glúten porque são sensíveis na questão intestinal. Com isso, o Ministério da Saúde estabeleceu uma lei para que todos os alimentos constem na embalagem a informação se contém ou não o glúten para resguardar o direito à saúde dos portadores da doença.
Ela explica ainda, que  os alimentos que mais possuem glúten são alimentos fonte de carboidrato, o que está mais presente na nossa alimentação, como massas, biscoitos, pães e torradas. “Para substituir o glúten deve-se optar por outras fontes de carboidratos com outros tipos da farinha, como por exemplo, fécula de batata, fécula de mandioca, amido de milho e polvilho”, diz Renata. Com a mistura dessas farinhas mais a adição de um tubérculo (batata doce, cará ou inhame) para fazer parte da composição do carboidrato, é possível realizar uma infinidade de preparações deliciosas como panquecas, bolos e pizzas.
A nutricionista alerta que o tratamento da doença consiste em uma dieta totalmente isenta de glúten. Renata conta que os pacientes devem conviver com as restrições alimentares impostas pelos novos hábitos. “Cada vez mais, os supermercados oferecem uma variedade de opções de alimentos sem glúten para esses portadores. Uma das opções no café da manhã, por exemplo, é substituir o pão francês pela tapioca”, finaliza a profissional.