Exército israelense dispara a partir da fronteira Israel-Gaza. Após intenso bombardeio, Gaza amanheceu envolvida em combates (Foto: Jack Guez/AFP)
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá de emergência nesta sexta-feira (18) para tratar da situação em Gaza, depois do início da operação terrestre israelense. A reunião deve começar a partir das 16h de Brasília, a pedido da Jordânia e Turquia.
Pelo menos 24 palestinos, incluindo três adolescentes e um bebê, morreram desde que Israel iniciou a ofensiva terrestre, quinta-feira (17) à noite, em Gaza, o que eleva a 265 o número de palestinos mortos em 11 dias de conflito.
Um soldado israelense também morreu na ofensiva, a segunda vítima fatal do país desde o início das hostilidades.
Entre as vítimas palestinas, três adolescentes com idades entre 12 e 16 anos morreram ao meio-dia em um ataque com tanques israelenses perto de Beit Hanun, norte da Faixa de Gaza, segundo o serviço de emergência local.
Cinco pessoas, incluindo um bebê de cinco meses, também morreram na ofensiva israelense na cidade de Rafah (sul).
Segundo o Centro Palestino para os Direitos Humanos, com sede em Gaza, os civis representam mais de 80% das vítimas da ofensiva de Israel, que tem como objetivo impedir os lançamentos de foguetes do Hamas, que controla o território.
Pelo menos 1.920 palestinos ficaram feridos desde o início do conflito, em 8 de julho.
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Além disso, pelo menos 1.164 foguetes foram lançados contra Israel desde o início das hostilidades. O sistema de defesa antimísseis do país interceptou 320 destes projéteis, segundo o exército israelense.
Ofensiva intensificada
A operação militar terrestre israelense na Faixa de Gaza é essencial para destruir os túneis do movimento islamita palestino Hamas, pois os bombardeios eram insuficientes, afirmou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta sexta.
“Não é possível solucionar (o problema) dos túneis do ar apenas. Nossos soldados também fazem isto no terreno”, disse em uma reunião de gabinete.
O premiê disse que Israel está se preparando para intensificar sua ação. “Minhas instruções são para se preparar para a possibilidade de ampliar significativamente a operação terrestre, e os militares estão se preparando adequadamente”, afirmou ele a repórteres antes da reunião.
De acordo com o primeiro-ministro, a ofensiva não é uma garantia de êxito 100%, mas é necessária depois que Israel testou outras alternativas.
“O Tsahal (exército) opera contra o Hamas e outras organizações terroristas na Faixa de Gaza do mar, ar e agora também por terra. A operação terrestre iniciada por nossas forças ontem (quinta-feira) à tarde pretende destruir os túneis do terror que vão de Gaza a Israel”, completou o premiê.
Túneis e combates
Os túneis subterrâneos de contrabando construídos pelo Hamas, que controla o território, são usados para introduzir mercadorias, dinheiro e armas. Segundo Israel, os túneis também são usados para preparar plataformas de lançamento de foguetes e alguns para entrar em território israelense.
A maioria dos confrontos após a ofensiva terrestre aconteceu no sul do território de 360 quilômetros quadrados, em Khan Yunes e em Rafah, e na zona norte, perto da fronteira com Israel.
O posto de fronteira israelense de Erez, único ponto de passagem para pedestres, foi fechado.