A estiagem prolongada e atípica registrada neste primeiro semestre do ano, afetará algumas culturas agrícolas que terão quebra de safra e de produção, segundo informações do engenheiro agrônomo e coordenador executivo do campus experimental da Unesp Dracena, o professor doutor Paulo de Figueiredo. É o caso do café, laranja, amendoim, feijão, soja, entre outras culturas de frutos, que começam a entrar no período de florada. “Tanto na fase de reprodução, quanto para enchimento dos frutos é necessário água no solo. Com uma quantidade limitada nos últimos seis meses, se a chuva não vier, pode haver um grande impacto nas culturas de frutos”, explica o professor.

Os poucos episódios de chuvas que atingiram Dracena – a última chuva mais considerável ocorreu no dia 5 de junho com quatro milímetros – não foram suficientes para alterar o cenário preocupante no campo.
Além da falta de chuva, o forte calor nos últimos meses tem sido prejudicial às lavouras.
Figueiredo salienta que as pastagens e a cana-de-açúcar também vêm sendo bem afetadas, porque necessitam de mais massa vegetal e isso não esta ocorrendo. “As pastagens tendem a se recuperar mais rápido, pois diferentemente das culturas permanentes, têm capacidade de se recuperar mais rapidamente”.
Isso já não ocorre com a cana-de-açúcar, porque o que irá produzir no próximo ano depende da brota deste ano. “Com isso, acaba refletindo na queda da produtividade. Este ano a produção caiu 20% comparada com o ano passado. Com a falta de chuva suficiente neste primeiro semestre, é provável que a produção da cana afete a safra de 2015, com queda de 20%, apesar de ainda ser cedo para falarmos sobre isso”, avalia Figueiredo.
Este ano foram registrados 436,6 milímetros de chuva, abaixo do esperado pelos produtores. “O verão e o outono foram de poucas chuvas. O inverno não deverá ser diferente dessas estações, sendo que julho e agosto costumam ter pouquíssimas chuvas ou até mesmo nenhum registro significativo”, afirma o professor que pontua ainda, que as chuvas deverão retornar com maior intensidade somente em meados de setembro, com o início da primavera, onde a luminosidade também começa a ser abundante.