A economia brasileira deverá crescer menos em 2014 e a inflação tende a registrar uma alta menor do que o estimado anteriormente. Essas são as previsões dos economistas do mercado financeiro, captadas na semana passada por meio de pesquisa feita pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras.

Economistas esperam inflação dentro da meta para este ano

Segundo o relatório de mercado, divulgado nesta segunda-feira (28) pelo BC, a previsão dos economistas dos bancos para a alta para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano caiu de 0,97% para 0,9%. Foi a nona queda seguida. Para 2015, a previsão do mercado de alta do PIB ficou estável em 1,5%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia.

Para conter a inflação, o BC subiu os juros entre abril do ano passado e maio deste ano, influenciando também o ritmo de atividade. Com taxas maiores, há redução do crédito e do dinheiro em circulação, assim como do número de pessoas e empresas dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços caiam ou parem de subir.

No fim de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia do país registrou expansão de 0,2% nos três primeiros meses de 2014, em relação ao quarto trimestre de 2013, com destaque para o bom desempenho da agropecuária.

A expansão do PIB do país previsto para 2014 pelo mercado financeiro, de 0,90%, continua abaixo do estimado no orçamento federal, de 1,8%, e também menor que a previsão divulgada pelo Banco Central no fim de junho, de alta de 1,6%.

Menos inflação
O mercado financeiro também previu menos inflação para este ano. Os economistas dos bancos reduziram de 6,44% para 6,41% sua previsão de 2014 para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país e calculado pelo IBGE. Foi a segunda queda seguida do indicador.

Com isso, o valor se distanciou um pouco mais do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação para o ano. A previsão chegou a ultrapassar o teto em abril, mas depois recuou. Para 2015, a expectativa dos economistas dos bancos para o IPCA, porém, subiu de 6,12% para 6,21% – na segunda elevação consecutiva.

Pelo sistema que vigora atualmente no Brasil, a meta central tanto para 2014 quanto para 2015 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Taxa de juros
A previsão do mercado financeiro para a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira, por sua vez, foi mantida em 11% ao ano até o fechamento de 2014. Na semana retrasada, o BC manteve a taxa estável neste patamar pelo segundo encontro seguido do Comitê de Política Monetária (Copom). Para o fim de 2015, a previsão dos analistas para o juro básico da economia permaneceu em 12% ao ano.

Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 ficou estável em R$ 2,35 por dólar. Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio permaneceu em R$ 2,50 por dólar.

A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2014 permaneceu em US$ 2 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial recuou de US$ 9,8 bilhões para US$ 9,4 bilhões.

Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros ficou estável em US$ 55 bilhões.