Desde que foi lançado, em 2007, o Renault Sandero desenvolveu uma trajetória interessante. O design da “versão hatch” do sedã compacto Logan foi desenvolvido no Renault Design América Latina, em São Paulo – o que deu ao Brasil a prerrogativa de realizar o lançamento mundial do modelo.
Na Europa, o Sandero é vendido com a marca Dacia, fabricante romena que criou o Logan e que é controlada pela Renault. Por aqui, o hatch não demorou a se tornar o veículo mais vendido da marca do losango – foram mais de meio milhão de unidades nesses sete anos.
Agora, a nova geração do hatch chega às 275 concessionárias brasileiras da Renault. Traz o atual visual global da marca, criado pelo designer Laurens van den Acker, e incorpora algumas tecnologias. A meta é crescer expressivamente no segmento responsável por mais de 50% das vendas de carros no país: o de hatches compactos.
Depois da apresentação da nova geração do Logan no Brasil, em novembro do ano passado, criou-se a expectativa pelo novo Sandero – o que não abalou as vendas do hatch, que se manteve entre os 10 carros de passeio mais vendidos do país. Suas vendas embalaram a Renault a atingir os inéditos 7% de “market share” em junho.
Em termos estéticos, o novo Sandero traz o atual “family face” mundial da Renault, já apresentado no Brasil com o Clio, no final de 2012, e o Logan. Lá está o grande logo na parte central da grade frontal, com os frisos cromados que se estendem até os faróis.
No perfil, permanece a linha de cintura elevada e a principal mudança aparece apenas no modelo topo de linha: a incorporação da luz de seta às carenagens dos espelhos externos. Já na traseira, as lanternas foram redesenhadas – agora lembram os conjuntos óticos traseiros dos concorrentes Volkswagen Gol e Chevrolet Onix. E os parachoques traseiros ficaram mais volumosos.
Por dentro, o painel foi reestilizado. Mas a novidade mais vistosa do novo Sandero é opcional, inclusive na versão “top” Dynamique. Trata-se do Media Nav 1.2, que é como a Renault chama a nova central multimídia que oferece GPS, sistema de som, Bluetooth e as funcionalidades “verdes” Eco-Coaching e Eco-Scoring, que dão orientações e dimensionam a economia de combustível. Sua interface é uma tela touchscreen de sete polegadas.
Em termos de motores, poucas novidades. Os propulsores 1.0 16V e 1.6 8V, de uma família que a Renault chama de Hi-Power, são basicamente os mesmos. Preservam até o tanquinho de gasolina para partidas a frio, indefectíveis nos primeiros modelos flex e já abolidos em alguns compactos concorrentes.
O 1.0 16V, que estreou em 2012 no Clio e é oferecido também no novo Logan, fornece potência máxima de 80/77 cv e 10,5/10,2 kgfm, com etanol/gasolina, e dá ao novo Sandero a nota A no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, que classifica os automóveis de acordo com o consumo. Já o 1.6, também partilhado com o Logan, libera 106/98 cv e 15,5/14,5 kgfm, respectivamente com os combustíveis vegetal e fóssil.
Dentro da lógica de reforçar a competitividade, a Renault não aumentou os preços de tabela do Sandero. Começam na versão básica 1.0 16V Autentique de R$ 28.990, que traz direção hidráulica, volante com regulagem da altura, ar quente, desembaçador do vidro traseiro, brake light, retrovisor com regulagem interna, aberturas internas do porta-malas e reservatório de combustível, além dos agora obrigatórios airbags frontais e ABS.
Passam pelas intermediárias Expression com o mesmo motor 1.0 16V, por R$ 34.990, ou com motor 1.6 8V, oferecida por R$ 38.590. A “top” Dynamique 1.6 8V custa R$ 42.390, mas já vem com ar-condicionado, rádio CD/MP3/USB/Bluetooth, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas das portas, alarme perimétrico, computador de bordo, retrovisor e maçanetas externas na cor carroceria, coluna B com acabamento em preto, rodas em liga leve, faróis de neblina, vidros elétricos traseiros, piloto automático, luzes indicadoras de direção nos retrovisores, comando elétrico dos retrovisores e volante revestido em couro. Media Nav 1.2 e sensor de estacionamento são opcionais nas versões Expression e na “top”. Já o ar-condicionado automático só é oferecido como opcional na Dynamique.
A Renault preferiu não projetar números de vendas para o novo Sandero, mas espera que, em breve, ele se posicione entre os três primeiros do segmento. Para desalojar o Onix da atual terceira posição entre os hatches, o Sandero teria de vender mais do que as 11 mil unidades que o compacto da Chevrolet emplacou em média em 2014. Otimistas 38% acima das 8 mil unidades mensais vendidas esse ano pelo Sandero antigo. (fonte: Notícias Automotivas com colaboração Polidoro Bosch Car Service Acessórios Polidoro Ltda).