Os separatistas pró-Rússia derrubaram dois jatos militares ucranianos nesta quarta-feira (23), segundo informou um porta-voz das operações militares da Ucrânia.
O porta-voz Oleksii Dmytrachkivskii disse que os dois caças foram abatidos perto de Savur Mogila, no leste do país. Não foram dadas informações sobre os pilotos.
A derrubada das aeronaves ocorre seis dias após a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, que caiu na última quinta-feira (17) no leste da Ucrânia, matando as 298 pessoas a bordo.
Igor Strelkov, representante dos rebeldes em Donetsk, disse que os separatistas derrubaram um avião e que o piloto conseguiu se ejetar. Ele não deu mais detalhes.
Os combates se intensificaram nas regiões de Donetsk e Luhansk nos últimos dias. Segundo as autoridades ucranianas, os rebeldes estão abandonando suas posições na periferia de Donetsk e seguindo em direção ao centro.
Moradores disseram que os rebeldes, que buscam independência da região de Donbass, no leste, cavaram trincheiras no centro de Donetsk, no entorno da principal universidade, onde estão vivendo em alojamentos estudantis.
Nas últimas semanas, as forças ucranianas forçaram os rebeldes a recuarem para seus dois principais bastiões, Donetsk e Luhansk, e retomaram o controle de vilarejos e subúrbios ao redor dessas cidades, numa ação para tentar sufocar o movimento separatista.
Queda de avião civil
O Boeing 777, que cobria o trajeto entre Amsterdã e Kuala Lumpur, caiu depois de ser provavelmente derrubado por um míssil disparado, segundo os Estados Unidos, de uma zona controlada por rebeldes apoiados pela Rússia.
Autoridades da inteligência dos EUA disseram nesta terça-feira (22) que acreditam que separatistas ucranianos provavelmente derrubaram o avião da Malaysia Airlines “por engano”.
As autoridades americanas também disseram que não sabiam que os separatistas possuíam mísseis SA-11 russos até a queda do avião.
Os separatistas negaram ter em seu poder os equipamentos necessários para derrubar o avião, enquanto a Rússia negou ter fornecido esse tipo de arma aos rebeldes.
Nas semanas antes da queda, dois caças ucranianos já haviam sido derrubados pelos rebeldes. Após a queda do MH17, houve especulações de que os separatistas miravam em um avião militar.