Bombeiro palestino tenta conter fogo em incêndio na única central elétrica de Gaza, atingida por um bombardeio de Israel nesta terça-feira (29) (Foto: Ahmed Zakot/Reuters)

Bombeiro palestino tenta conter fogo em incêndio na única central elétrica de Gaza, atingida por um bombardeio de Israel nesta terça-feira (29) (Foto: Ahmed Zakot/Reuters)

 

CONFLITO EM GAZA

Combates são os mais graves desde 2012

A única central elétrica da Faixa de Gaza ficou fora de funcionamento após os bombardeios do exército israelense, anunciou nesta terça-feira (29) o diretor-adjunto da autoridade de Energia do reduto palestino, interrompendo o suprimento de eletricidade para a Cidade de Gaza e várias outras partes do enclave palestino de 1,8 milhão de habitantes.

“A única central elétrica de Gaza ficou fora de funcionamento após um bombardeio israelense na noite passada, que danificou o gerador de vapor, antes de atingir as reservas de combustível que se incendiaram”, declarou Fathi al-Sheikh Jalil, segundo a Frajnce Presse.

Foram declarados grandes incêndios no setor da central (no centro do território palestino), impedindo o acesso dos veículos de auxílio, constatou um jornalista da AFP.

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Esta usina fornece cerca de 30% do consumo de eletricidade de Gaza, de acordo com a AFP. Já a Reuters afirma que a instalação fornece energia para dois terços do enclave palestino.

Além disso, segundo Fathi al-Sheikh Jalil, “cinco das dez linhas elétricas provenientes de Israel para abastecer a Faixa de Gaza foram atingidas pelos bombardeios israelenses, e os serviços de manutenção não conseguem ter acesso à zona para consertá-las”.

Além da falta crônica de água, o reduto palestino, submetido desde 2006 a um bloqueio imposto por Israel, sofre grandes problemas de fornecimento de eletricidade.

A usina já havia sido atingida na semana passada e operava com cerca de 20% de sua capacidade, o que garantia apenas algumas horas por dia de eletricidade para os moradores de Gaza.

29/7 - Sinalizadores atirados por Israel iluminam o céu da cidade de Gaza na madrugada (Foto: Khalil Hamra/AP)

Sinalizadores atirados por Israel iluminam o céu da cidade de Gaza na madrugada (Foto: Khalil Hamra/AP)

Mortes
Bombardeios israelenses mataram nesta terça dezenas de palestinos na Faixa de Gaza, após um dia sombrio também para o exército israelense, no início da quarta semana de confrontos que nenhuma iniciativa diplomática parece capaz de deter.

A ofensiva israelense, lançada no dia 8 de julho em resposta a disparos de foguetes do movimento islamita Hamas de Gaza, já matou mais de 1.100 palestinos, em sua grande maioria civis, incluindo 230 crianças, segundo a Unicef.

Do lado israelense, três civis e 53 soldados morreram nas três semanas de confrontos, o número de baixas militares mais alto desde a guerra contra o Líbano de 2006.

No campo de refugiados de Shati, a casa vazia do chefe do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, foi atingida por bombardeios, segundo sua família, assim como a televisão e a rádio do Hamas, que seguiam, no entanto, em funcionamento.