Tradição passada de pai para filho faz com que muitas pessoas conservem o hábito de “engordar o porquinho”. Isso não seria um grande problema se o comércio dracenense não estivesse enfrentando uma intensa falta de circulação de moedas, para dar troco ao consumidor.
Para Delvair Alberto Troyano, proprietário e responsável pelo departamento financeiro da Rede Troyano, a falta de moeda é atribuída ao descaso que as pessoas têm em deixá-las jogadas nos consoles dos veículos, gavetas e armários. Delvair informou que o problema com moedas de cinco e dez centavos é antigo, mas atualmente as moedas de um real e cinquenta centavos também estão em falta.
Uma das maneiras de tentar resolver o problema provisoriamente foi instruir os operadores de caixa a sempre pedir moedas no momento do pagamento, além de recorrer aos bancos e ainda as igrejas, cantinas escolares e sorveteiros que possuem um grande acúmulo de dinheiro dessa espécie. Delvair ainda acredita que a falta de moedas não possui quaisquer influências sobre o aumento do uso dos cartões de crédito e débito.
Há alguns anos o proprietário da Geraldo Loterias, José Geraldo Gimenez, disse que adotou as tradicionais balinhas como forma de troco. Porém, a situação repercutiu negativamente e alguns clientes não aceitaram a ideia. “Atualmente tenho recorrido a bares para garantir algumas moedas no momento do troco”, contou Geraldo.
Rosana Valcezi, diretora administrativa da Associação Comercial e Empresarial (ACE) disse que a entidade está iniciando uma campanha junto aos meios de comunicação para conscientizar a população a não acumular moedas e trocá-las em estabelecimentos comerciais para facilitar o troco na hora do pagamento.
Alguns bancos em Dracena afirmaram que novos lotes de moedas não estão disponibilizados porque segundo consta na região há registrado um grande número de moedas em circulação. Sendo assim, o que se alega é que boa parte dessas moedas está retida pela população ao invés de estar em circulação.
De acordo com o Banco Central, o dinheiro metálico corresponde a 3,1% do total de moeda em poder da população e da rede bancária, no Brasil. Considerando as duas famílias de moedas (as antigas, de inox, e as atuais) e os modelos comemorativos, existem 22,51 bilhões de unidades no mercado.
RECOMENDAÇÕES – O Banco Central sugere os seguintes procedimentos, a serem adotados, gradativamente, pelos comerciantes em dificuldade para obter troco junto aos bancos comerciais. É necessário registrar pedido junto à gerência da agência do banco onde mantém conta; contatar o Serviço de Atendimento aos Clientes (SAC) do banco comercial; comunicar-se com a associação de classe da qual o comerciante participa e comunicar-se com o Banco Central informando o banco e a agência que deixou de atendê-lo.