Internado desde a tarde de terça-feira, 26, no Hospital Regional de Presidente Prudente, Victor Hugo Gomes Ribeiro, 20, segue internado na unidade hospitalar em Presidente Prudente com traumatismo de crânio.
Em nota encaminhada na manhã de ontem, 27, a assessoria de imprensa do HR relatou as condições de saúde do motociclista e do policial militar: “O Hospital Regional de Presidente Prudente informa que o paciente [cabo da PM] Marco Aurélio Spadacio Maldonado Morales já foi transferido para o quarto, onde concluirá sua recuperação após a realização de uma cirurgia. Já o paciente Victor Hugo Gomes Ribeiro permanece em estado grave e sob cuidados intensivos do corpo clínico”, finaliza a nota.
Por telefone na manhã de ontem, Cleber Ribeiro Xavier, pai de Victor, confirmou à reportagem do JR o diagnóstico dado pela equipe médica do hospital prudentino informando que aguarda vaga na UTI. “Ele vai pagar perante a Justiça, mas com vida”, desabafou Xavier sobre o estado de saúde do filho.
Rodrigo Della Libera e Jaqueline Garcia Vidoto da Cunha, advogados da família do motociclista, conseguiram no Fórum da comarca de Panorama a determinação judicial para Victor responder em liberdade pelo crime depois do pagamento de fiança arbitrada no valor de R$ 2.172. Os advogados também devem buscar na Justiça a desqualificação do crime de tentativa de homicídio. “Ele não teve a vontade de matar [o policial]”, afirma Libera.
Com o pagamento previsto para ocorrer ontem, Victor que até estava preso em flagrante desde segunda-feira, 25, internado sob escolta policial na porta do quarto, deveria deixar a condição de preso na quarta para poder passar pelos tratamentos médicos necessários.
A defesa de Victor alega que a transferência só saiu depois que familiares do acusado passaram a acionar autoridades políticas de Panorama para conversar com médico plantonista do Pronto Socorro responsável em pedir encaminhamento para Presidente Prudente.
Para o diretor municipal de Saúde, Israel Gumieiro, responsável pelo Pronto Socorro de Panorama, os médicos que atuam no Pronto Socorro não são especialistas, e sim clínicos gerais. Sabiam da necessidade de um neurologista, porém para conseguir passar por este profissional precisou recorrer na manhã de segunda-feira, 25, a ‘Central de Vagas’ ou Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços da Saúde), órgão da Secretaria de Estado da Saúde. “Foi esta espera pela vaga que fez demorar um pouco mais”, disse.
Um profissional da saúde que trabalha no Pronto Socorro disse à reportagem que cerca de cinco pedidos chegaram a ser feitos à Central de Vagas no intervalo das 19h de segunda-feira até as 7h de terça-feira. Todos negados.
Na noite do acidente, Victor não foi levado a Prudente pela falta de exames que comprovassem a urgência para transferi-lo.
O cabo da Polícia Militar, Spadacio precisou ser levado ao HR pelo risco iminente de morte pelo sangramento continuo do nariz, boca e ouvidos provocados pela colisão.