A ingestão de água previne uma das piores dores que um ser humano pode sentir: a cólica renal. Conhecido popularmente como “pedra no rim”, o cálculo renal é formado devido a uma disfunção metabólica que faz com que algumas substâncias, como o cálcio, não sejam eliminadas naturalmente, acumulando-se no órgão e formando pedras que podem se alojar no rim ou ir para o canal da urina. O problema é muito comum e afeta 15% dos homens e 8% das mulheres em todo o mundo, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia.
Segundo o urologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Adriano Cardoso Pinto, geralmente, o cálculo é diagnosticado durante uma crise de cólica renal. “No hospital, o paciente recebe medicação para tratar os sintomas, como náusea e dor, e realiza exames para confirmar a presença da pedra e verificar o tamanho, localização e se há infecção no rim”, explica.
“O tratamento varia de acordo com o caso. Quando o cálculo é pequeno, é possível utilizar medicações que ajudam a expulsá-lo do corpo. Para cálculos de maior tamanho, pode ser necessário realizar a litotripsia extracorpórea que, por meio de ondas de choque, fragmenta as pedras para que possam ser eliminadas gradativamente na urina, ou a endoscopia urinária, que utiliza o laser para a mesma finalidade”, detalha.
De acordo com o especialista, as pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre o cálculo renal. Para informar a população sobre o assunto, o especialista esclarece 10 mitos e verdades:
A ingestão de água ajuda a prevenir o cálculo renal – Verdade. A ingestão de água ajuda a diluir as substâncias acumuladas no rim e, com isso, a prevenir a formação de pedras.
Chá de quebra-pedra dissolve os cálculos – Mito. O chá de quebra-pedra (erva cientificamente chamada de Phyllanthus) possui uma substância que promove o relaxamento e ajuda a diminuir o acúmulo de cálcio no rim, mas não dissolve os cálculos já formados.
No verão, há um aumento no número de casos de cálculo renal – Verdade. Tanto no verão, quanto em regiões mais quentes, como o nordeste do Brasil, há uma maior incidência de casos de cálculo renal. Isso acontece porque há uma perda maior de água por meio do suor, por exemplo, que deixa a urina mais concentrada e promove a formação de pedras.
Quem tem cálculo renal, sente dor – Mito. O cálculo renal só causa dor quando obstrui a passagem da urina. Em alguns casos, não há nenhum sintoma.
A cólica renal é uma das piores dores que um ser humano pode sentir – Verdade. Os nervos do sistema urinário são compartilhados com outros órgãos, como estômago e intestino e isso faz com que a dor se expanda pelo abdômen. Por isso, é comum, durante a cólica, o indivíduo ter náuseas, vômito e diarreia.
Frutas e verduras com sementes podem ocasionar cálculos – Mito. Não são as sementes que causam cálculos, mas determinados alimentos. Folhas verdes escuras, por exemplo, não têm sementes, mas são grandes causadoras do problema.
Alimentos ricos em cálcio causam cálculos – Verdade. Os indivíduos que já têm uma predisposição ao acúmulo de cálcio no organismo devem evitar o consumo exagerado da substância.
Quem já teve um quadro de cálculo renal, tem mais chances de voltar a desenvolver o problema – Verdade. Quem já teve um quadro de cálculo renal, têm 50% mais chances de voltar a desenvolver o problema, nos próximos três anos. Isso acontece porque, geralmente, o paciente não continua o acompanhamento médico e volta a acumular a substância que forma a pedra.
Cerveja ajuda a diluir o cálculo – Mito. A cerveja não ajuda a diluir o cálculo, mas contribui com a eliminação da pedra. Por ter 70% de água em sua formulação e ser diurética, a bebida acelera a micção e, assim, ajuda empurrar a pedra para fora do corpo. Porém, por ser uma bebida alcóolica, é preciso ser consumida com muita moderação. Além da cerveja, a ingestão de líquidos em geral promove o mesmo benefício.
Ingerir frutas cítricas ajuda a prevenir o cálculo renal – Verdade. Substâncias cítricas, como suco de laranja e limão, ajudam a dissolver o cálcio presente na urina, prevenindo o acúmulo e a formação de pedras. (Fonte: Adriano Cardoso Pinto é urologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo)