O Estado Islâmico esmagou um foco de resistência a seu controle no leste da Síria, crucificando duas pessoas e executando outras 23 nos últimos cinco dias, disse nesta segunda-feira um grupo que monitora a situação no país.
Os insurgentes, que também estão fazendo rápidos avanços no Iraque, estão apertando o cerco na Síria, país no qual agora controlam cerca de um terço do território, em sua maioria áreas rurais no norte e no leste.
O grupo, um ala dissidente da Al Qaeda, combateu o Exército sírio, milícias curdas e forças tribais sunitas muçulmanas.
O Observatório Síria para Direitos Humanos, uma organização de monitoramento com sede na Grã-Bretanha, e residentes no leste da Síria disseram que os combatentes da tribo al-Sheitaat, abrigada na província de Deir al-Zor, no leste, haviam tentado resistir ao avanço do Estado Islâmico neste mês.
Em al-Shaafa, uma cidade às margens do rio Eufrates, o Estado Islâmico decapitou dois homens do clã al-Sheitaat no domingo, disse o Observatório, e deu aos residentes da cidade 12 horas nesta segunda-feira para que entregassem outros membros da tribo.
Em outras partes da província de Deir al-Zor, os militantes crucificaram dois homens pelo crime de “lidarem com apóstatas” na cidade de Mayadin, e outros dois foram mortos por blasfêmia na cidade de al-Bulel, segundo o Observatório.
O Estado Islâmico fez rápidos ganhos na Síria desde que tomou a maior cidade do norte do Iraque, Mosul, em 10 de junho, e declarou um califado no território que controla na Síria e no Iraque.
O Observatório disse que outros 19 homens da tribo al-Sheitaat foram executados na quinta-feira, 18 a tiros e um decapitado, nos arredores da cidade de Deir al-Zor. Segundo a entidade, os homens trabalhavam em uma instalação de petróleo.
“Ninguém das outras tribos agora ousa se colocar contra o Estado Islâmico, após a derrota da al-Sheitaat”, disse Ahmad Ziyada al-Qaissi, um simpatizante do Estado Islâmico contatado via Skype, falando a partir de Mayadin.
Fontes tribais disseram que o conflito entre o Estado Islâmico e a tribo al-Sheitaat, que tem cerca de 70 mil pessoas, acirrou-se após o Estado Islâmico ter tomado dois campos de petróleo em julho.
Um deles, o al-Omar, é o maior campo de petróleo e gás em Deir al-Zor e tem sido uma fonte lucrativa de fundos para grupos rebeldes.
O chefe da tribo al-Sheitaat, o xeique Rafaa Aakla al-Raju, pediu em uma mensagem em vídeo para que outras tribos se unissem na luta contra o Estado Islâmico.
“Fazemos um apelo a outras tribos para nos apoiarem, porque depois será a vez delas… se (o Estado Islâmico) acabar conosco, outras tribos serão o alvo após o al-Sheitaat”, disse ele em um vídeo publicado no YouTube no domingo.
(Reportagem adicional de Suleiman al-Khalidi, em Amã)