Apesar do fracasso da seleção na tentativa de conquistar o hexa, a realização da Copa do Mundo confirmou que somos ótimos anfitriões, interagimos com desenvoltura com o mundo globalizado e moderno. Porém, quando olhamos para a nossa capacidade de gerar riquezas através da transformação da matéria-prima em algum bem, agregando valor, estamos perdendo feio – estamos desconectados.
A atividade industrial, essencial para garantir a geração de empregos de qualidade, vem perdendo celeremente participação no Produto Interno Bruto (PIB), passando de 19,2% em 2004 para 13,3% atualmente. Estamos retornando à condição de economia primária – em 1947, a participação da indústria do País no PIB era de 11,2%. Enquanto isso, na Alemanha, o setor participa com 29% no PIB, e nos Estados Unidos e no Japão, a participação é de 27%, o que mostra que estamos andando para trás – desconectados. Essa perda de competitividade está diretamente ligada à elevada carga tributária, política cambial inadequada, taxa de juros indecente, parque fabril defasado, baixa produtividade da mão de obra, deficiência na infraestrutura e logística, entre outros fatores. Continuar assim, sem tomar as decisões que permitam mudar este quadro, é retirar de uma boa parte das futuras gerações a oportunidade de viver em um País melhor.
Com absoluta certeza, esta ameaça real deve servir de alerta aos candidatos nas eleições deste ano, levando-os a propor planos de governo com ações e metas objetivas capazes de alterar este quadro, viabilizando a reindustrialização do Brasil.
*diretor da Metal Work e vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq/RS)