Na primeira reunião depois da oficialização da nova chapa do PSB para a eleição presidencial, com a ex-senadora Marina Silva e o deputado Beto Albuquerque (RS), o partido define, na tarde de hoje (21), o nome que substituirá Carlos Siqueira na coordenação-geral da campanha.
Secretário-geral do PSB, Siqueira era o responsável pela função na campanha da chapa anterior, liderada por Eduardo Campos, morto no último dia 13 em desastre aéreo em Santos, no litoral paulista.
“Minha atitude foi manter o arranjo feito por Campos. A única mudança foi na coordenação financeira, porque isso é um requisito legal [quando há alteração na chapa]”, disse Marina, depois de mais de uma hora de conversa com dirigentes dos partidos que compõem a coligação Unidos pelo Brasil.
Houve mal-estar pelo fato de Marina não ter incluído o nome de Carlos Siqueira no grupo que assume agora a campanha. Ela indicou o deputado Walter Feldman (PSB-SP) para a coordenação adjunta e, sobre os nomes mantidos pelo PSB, Marina disse apenas que seriam respeitados. Com isso, mesmo após membros do PSB terem dito que tudo não passou de um mal-entendido, Siqueira anunciou que estava fora da campanha e que a decisão é irreversível. Segundo ele, Marina “está tentando mandar no partido”.
A candidata classificou de equivocada a afirmação e afirmou que o momento é difícil para todos. “Há de se ter compreensão com as pessoas”, disse ela.
O presidente do PSB, Roberto Amaral, negou que haja “ruído” com a Rede Sustentabilidade, partido formado por Marina Silva que ainda não obteve registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “PSB e Rede estão unidos em torno da campanha”, afirmou Amaral. Segundo ele, Siqueira não será o único substituído na equipe.
Amaral falou também sobre a possibilidade de o PSL deixar a coligação Unidos pelo Brasil. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do PSL, Luciano Bivar, disse que hoje o sentimento no partido é pela saída. Bivar ressaltou, porém, que recebeu ligações de Amaral e Feldman pedindo que não tomasse qualquer decisão sem antes conversar com Marina. O presidente do PSL informou que deve se encontrar com a candidata amanhã (22) à noite no Recife.
Além de tentar buscar solução para a crise interna, durante a reunião, Marina reforçou o compromisso de dar continuidade ao projeto desenhado por Campos. Um dos compromissos dele era a defesa da autonomia do Banco Central.
A homologação da chapa já foi feita pelo PSB e está concluída pelos demais partidos da coligação. O registro na Justiça Eleitoral deve ser feito amanhã.