Fruto do esforço conjunto dos governos federal, estadual e municipal, o Rio de Janeiro foi escolhido ontem (10) como sede do Congresso Mundial da União Internacional de Arquitetos (UIA) de 2020, vencendo as cidades de Paris, na França, e Melbourne, na Austrália, em votação durante a Assembleia Geral da entidade, ocorrida em Durban, na África do Sul.
Falando hoje (11) à Agência Brasil, o secretário estadual de Turismo, Cláudio Magnavita, disse que a escolha do Rio representa a primeira conquista de um megaevento após a Copa do Mundo de Futebol. O secretário salientou que a Copa gerou a imagem de que o Brasil pode sediar congressos internacionais pela importância da estrutura existente. “Isso aumentou a confiança”.
O secretário avaliou que a vitória do Rio de Janeiro sobre as concorrentes foi positiva para o país. “É o primeiro de uma série de outros eventos que estão sendo captados no exterior. Esse é o grande legado que nós temos dos grandes eventos esportivos: a visibilidade que o Brasil passou a ter, deixando de ser um destino de prateleira e passando a ser um destino de vitrine no mercado internacional de turismo”.
Cláudio Magnavita lembrou que a Copa deixou como principal ativo no Rio de Janeiro a imagem internacional de que a cidade vive um clima de tranquilidade e onde os turistas podem circular, além de destacar a infraestrutura que foi implantada. “Não existe metrópole hoje no mundo com um volume de obras como o Rio está tendo. Isso vai levar também os arquitetos, que são formadores mundiais, a terem uma percepção pós-Copa do Mundo dessa transformação que o Rio está vivendo”.
Para a diretora cultural do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Cêça Guimaraens, a escolha do Rio como sede do congresso da UIA significa a consolidação de uma arquitetura ativa e, em especial, da ação do IAB no sentido de colocar o planejamento urbano e a melhoria das cidades na agenda da sociedade. “Nesse congresso, nós vamos ampliar o nosso raio de ação, porque essa agenda vai tomar um vulto internacional”, disse à Agência Brasil.
A arquitetura está preparando para levar para o congresso mundial no Rio três grandes eixos de debates, informou Cêça. O primeiro deles se refere à melhoria das cidades, ou seja, à melhoria dos espaços públicos abertos, enquanto o segundo eixo trata da melhoria da produção para moradia. Isso envolve uma habitação de qualidade e um espaço coletivo público também de qualidade.
Cêça Guimaraens esclareceu que isso se traduz em possibilidades de movimentação das pessoas nas cidades, acesso aos empregos, saneamento e esgotamento sanitário para todos. “Enfim, a cidade é o lugar que a humanidade escolheu para viver bem. E isso, desde os gregos. Então, nós precisamos garantir esse viver bem”.
O terceiro eixo se refere ao ensino, “à formação dos arquitetos e dos profissionais cujas disciplinas são articuladas à arquitetura e ao urbanismo, como geógrafos, sociólogos, antropólogos, nossos parceiros nessa luta pela qualidade de vida nas cidades para todos”. O Congresso Mundial da UIA 2020 já tem previsão de espaços reservados no Riocentro, zona oeste do Rio de Janeiro. A expectativa é que o evento reúna cerca de 15 mil congressistas . O próximo congresso, que antecede imediatamente ao do Rio, vai ocorrer em 2017 na cidade de Seul, Coreia do Sul, escolhida há três anos.