A situação crítica no principal reservatório de abastecimento de água de São Paulo, o Sistema Cantareira, levou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a solicitar à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), autorização para ampliar a retirada de água da reserva técnica.
A empresa informou, no entanto, que, até o momento, ainda não há necessidade de bombeamento adicional mas, por medida preventiva, pretende dispôr de mais 106 bilhões de litros de água da reserva, especificamente, da represa Jaguari/Jacareí. A obra nesse sentido já foi autorizada pelo Daee, porém, o uso desse volume passa ainda por análise técnica.
Desde 16 de maio, o fornecimento para os quase 9 milhões de consumidores que dependem desse Sistema, ganhou o reforço da reserva técnica ou volume morto – água que fica abaixo do nível de bombeamento, com a entrada de mais 182,5 bilhões de litros, o que elevou, na época, o total armazenado para 982,07 bilhões de litros. No entanto, dia a dia vem caindo o nível de armazenamento que, de ontem (19) para hoje (20) baixou de 12,7% para 12,6%. Há um ano, esse índice estava em 49,7% sem a reserva estratégica.
A crise hídrica acabou estremecendo as relações entre os governos paulista e carioca por causa do sistema de captação do rio Paraíba do Sul que atende a 37 municípios – 26 no Rio de Janeiro e 11 em São Paulo – e a 11,2 milhões de pessoas.
Para contornar a situação, foi firmado um acordo, na última segunda-feira (18), em Brasília, entre a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e os secretários estaduais de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, e de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Francisco Portinho , e de Minas Gerais, Alceu José Torres Marques.
Por esse acordo que irá vigorar até novembro, a partir do próximo dia 10 de setembro, o Rio de Janeiro vai reduzir a vazão de 165 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 160 m³/s, na Barragem de Santa Cecília.
Em São Paulo, a Barragem Jaguari volta a operar com 43 m³/s. Atualmente está operando com 10 m³/s, após decisão unilateral da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) de reduzir a vazão da Usina Hidrelétrica Jaguari de 30 m³/s para 10 m³/s. A barragem federal de Paraibuna reduzirá os 80 m³/s de água para 47 m³/s. Ambas farão as alterações a partir da meia-noite de hoje (20).