O Ministério da Saúde deve publicar nos próximos dias portaria que incorpora o stent (tubo minúsculo, expansível e em forma de mola) farmacológico ao Sistema Único de Saúde. Esse tipo de stent é indicado principalmente para pessoas com diabetes tipo 2 e para quem tem lesões em vasos finos.
Para o endocrinologista do Instituto do Coração (InCor) e membro da Sociedade Brasileira de Diabetes, Roberto Betti, é um avanço importante para os diabéticos, porque o diabetes tipo 2 está relacionado à aterosclerose, o entupimento das artérias, o que pode provocar o infarto no miocárdio, que mata mais da metade das pessoas que têm a doença.
O especialista explica que os diabéticos que usam o stent comum, que mantém as artérias desobstruídas depois que houve a obstrução de artéria, muitas vezes voltam a ter a artéria obstruída, o que pode causar posteriormente um infarto.
O stent farmacológico evita essa reobstrução, pois, diferentemente do comum, é recoberto por duas substâncias, sirolimus e paclitaxel, que evitam a proliferação celular. Estima-se que cerca de 30% dos pacientes candidatos a receber um stent, diabéticos ou não, têm indicação para receber o farmacológico, mas a escolha é sempre decisão do médico.
Ainda que haja esta tecnologia disponível agora pela rede pública, Betti relembra que o melhor modo de paciente com diabetes tipo 2 evitar infartos é controlar a glicose, o colesterol e a pressão, não fumar e praticar esportes.
A expectativa do Ministério da Saúde é que a incorporação beneficie cerca de 38 mil pacientes ao ano. A portaria deve ser publicada nos próximos dias e vai começar a valer 180 dias depois da publicação.