O golpe eletrônico, feito com a utilização do vírus “Zeus”, fez mais quatro vítimas em Mato Grosso do Sul. Somente em dois casos, as vítimas perderam mais de R$ 200 mil. Até o momento já foram registrados cinco casos no Estado.
De acordo com a proprietária da empresa Infomaster soluções em T.I. (Tecnologia da Informação) Ana Carolina Lapicirelli, que atende os empresários vítimas do golpe, a ação dos criminosos é motivada pela falta de investimentos na área da segurança da informação e descuido dos usuários.
Ana Carolina explica que nos golpes aplicados no Estado, os criminosos se utilizam do vírus Zeus para receber informações das transações bancárias feitas pelos usuários e emitir boletos bancários com informações e valores “reais” direcionando o pagamento para uma outra conta.
A empresária alerta para que o usuário ao receber um boleto bancário, mesmo que as informações e valores sejam corretos, fique atento a qual banco o pagamento está sendo direcionado. “Geralmente eles pegam um boleto que é do Banco do Brasil e alteram somente as informações do código de barras direcionando para outro banco. É preciso que a pessoa olhe de qual banco é o boleto antes de fazer o pagamento”, diz.
É o que aconteceu recentemente com uma empresária de Campo Grande que teve um prejuízo de R$ 183 mil depois que criminosos utilizando o vírus falsificaram boletos bancários emitidos a ela direcionando o pagamento para o Banco Santander.
Carolina orienta aos usuários, que além dos cuidados com a checagem das informações, é preciso utilizar a ferramenta correta para combater o vírus que não é detectado pelos antivírus gratuitos, que geralmente não possuem atualizações. “É preciso que haja o investimento em segurança. Principalmente para quem faz movimentações financeiras altas. Muitas vezes as pessoas acham que estão protegidas com qualquer antivírus, mas isso não é o certo”, disse.
Segundo a empresária, o custo médio de um software que consegue detectar o Zeus é de R$ 579 por mês.
VÍRUS – O Zeus é um “kit” de desenvolvimento de vírus. Após adquiri-lo, um criminoso consegue gerar um vírus novo, com fins específicos, e às vezes sem precisar de conhecimento de programação.
Segundo a fabricante de antivírus Trend Micro, a praga está chegando ao Brasil com uma técnica avançada de roubo de informações bancárias. Mas a atuação do vírus ainda é limitado justamente porque o “kit” custa US$ 500 – o que é caro para os padrões do crime virtual brasileiro.