O consumidor está pagando mais caro pelo preço da carne e derivados, como a linguiça bovina. O motivo, segundo supermercados e frigorífico de Dracena, é a falta de oferta do gado de corte na região, devido o período de seca que emagrece o rebanho e torna a carne mais cara tanto para o distribuidor, como para dona de casa.
A previsão, de acordo com as empresas consultadas pela reportagem, é que os preços subam ainda mais nas próximas semanas. Isso porque, o período de seca está apenas começando, o que irá causar a perda de peso do gado, com a necessidade de suplementar a alimentação com ração, aumentando os custos de produção.
Segundo o responsável pelo açougue de um supermercado da cidade, Júlio Antonio Pessoa, a carne subiu com força nas últimas três semanas. “O preço da arroba de uma novilha era R$ 111 e subiu para R$ 122, um aumento de 10%”, informa.
Pessoa explica que está difícil para os frigoríficos conseguirem gado para abate nos municípios vizinhos, o que obriga os supermercados e açougues adquirirem a carne em outras regiões, encarecendo ainda mais o produto, devido os custos com o transporte.
Pessoa cita como exemplo, o preço de uma carne de segunda, mas de consumo popular, o acém. “É uma carne bastante utilizada pelas donas de casa, estava em preço razoável há um mês, fazíamos a oferta de R$ 9,80 o quilo e hoje custa R$ 13,09”, informa.
CONSUMO MENOR – O responsável explica também que é difícil encontrar carne a menos R$ 11, o quilo, e com o aumento do preço, o consumidor está levando menos carne para casa. “Ele continua gastando o mesmo valor de antes, porém está levando uma quantidade menor”, salienta.
Hoje o preço do quilo de uma carne de primeira, como a picanha está custando em média R$ 35 (antes era R$ 33) e o contra-filé, R$ 24 (custava R$ 18,99).
TENDÊNCIA – A tendência, segundo Pessoa, é dos preços subirem ainda mais até o final do ano. “A época da seca está começando, com o calor escaldante, o gado perde mais peso e o produtor gasta mais em insumos”, aponta.
FRIGORÍFICO – No frigorífico em Dracena que compra carne bovina e suína para fabricação de derivados como a linguiça e embutidos como apresuntados, os preços dos produtos repassados aos distribuidores também tiveram aumento médio de 10%, devido a mesma situação.
“Quem possuía gado gordo, próprio para o abate, já vendeu. O gado para abate na região sumiu do mercado, a partir de agora, o produtor só volta a vender em março, a não ser que o gado seja confinado, mas na região há pouco confinamento e os frigoríficos tem que buscar o gado em outras regiões”, reitera o sócio-proprietário do frigorífico, José Stelato.
Stelato ressalta, ainda, que os fornecedores de suínos para fabricação do pernil, não estão disponibilizando o produto no mercado. “Além de preço ter elevado, não se acha carne de porco para compra”, explica o empresário, ressaltando que a falta da carne vai refletir ainda mais no aumento dos preços do pernil e carne suína em geral, tanto para o frigorífico, como ao consumidor.
Um dos principais produtos do frigorifico, a linguiça bovina é repassada aos distribuidores na faixa de R$ 4, o quilo, e deve chegar ao consumidor entre R$ 5 a R$ 6.