Os países participantes na conferência internacional de Paris sobre a paz e a segurança no Iraque comprometeram-se a apoiar a luta de Bagdá contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI) “por todos os meios necessários”, incluindo militares.
“Os participantes na conferência de Paris disseram que o Estado Islâmico constitui uma ameaça para o Iraque mas, também, para o conjunto da comunidade internacional“, informa a declaração final da reunião.
Nesse sentido, “comprometeram-se a apoiar, pelos meios necessários, o novo governo iraquiano na sua luta contra o Estado Islâmico, incluindo ajuda militar apropriada”, que corresponda “às necessidades expressas pelas autoridades iraquianas” e assegure o “respeito pelo direito internacional e pela segurança das populações civis”.
[As autoridades dos] países presentes na conferência ressaltaram a sua determinação para aplicar as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, principalmente a resolução 2.170, que objetiva impedir o recrutamento e o financiamento dos jihadistas, dizendo-se dispostos a todas “as medidas necessárias para que produzam todos os seus efeitos”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, ressaltou que a conferência de hoje (15) “foi ao mesmo tempo uma reunião sobre a gravidade [da situação] e sobre a esperança”. Ele comemorou a presença de “30 países, entre os mais poderosos do mundo, em situações geográficas e ideológicas diferentes, mas todos decididos a lutar contra o Estado Islâmico”.
“Muitos insistiram na necessidade de secar o financiamento deste grupo terrorista e será organizada em breve uma conferência nesse sentido por iniciativa dos nossos amigos do Bahrein”, disse o ministro.
Na abertura da conferência, os presidentes da França, François Hollande, e do Iraque, Fuad Massum, pediram o empenho internacional na luta contra os jihadistas do EI, pedido que o Irã, país vizinho e ausente da reunião, recusou.
Os Estados Unidos fazem, desde 8 de agosto, ataques aéreos contra posições dos jihadistas no Norte do Iraque. Vários países, incluindo a França e a Alemanha, decidiram enviar armas para os combatentes curdos iraquianos, na primeira linha do combate ao Estado Islâmico.
Em Berlim, um porta-voz do governo alemão anunciou, hoje, que o primeiro carregamento de armas alemãs para os curdos chegará ao Norte do Iraque na próxima semana e será constituído por 4 mil espingardas automáticas G3, 4 mil pistolas P1, 20 mísseis antitanque Milan, 120 lança-foguetes antitanque e 20 metralhadoras MG3.
A conferência de Paris, em que participaram os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, aconteceu dois dias depois da divulgação do vídeo da decapitação do refém britânico, David Haines, o terceiro ocidental executado dessa forma pelos jihadistas em menos de um mês, depois dos jornalistas norte-americanos James Foley e Steven Sotloff.