Por volta das 10h desta quinta-feira, a torcedora do Grêmio Patrícia Moreira chegou para prestar depoimento. Ela foi flagrada pelas câmeras de transmissão do duelo entre Grêmio e Santos na última quinta-feira, chamando o goleiro Aranha de ‘macaco’. Abalada, ela chorava alto e foi protegida por um familiar. Logo que desceu do carro onde estava, ouviu gritos de ‘racista’ de populares.
Patrícia chorava muito, alto, e teve o rosto protegido. A chegada foi marcada por reforço policial. Duas viaturas do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil gaúcha se postaram próximos a entrada da 4ª Delegacia de Polícia. Mesmo assim, um pequeno protesto foi feito.Cerca de 5 pessoas aguardaram a descida dela para gritar ‘racista’, ‘racista’.
Mas foi muito rápido. Patrícia, de óculos escuros, desceu do carro, teve o rosto protegido por um familiar e passou, assustada também pela presença de jornalistas na escadaria da delegacia. Eram próximo de 30 profissionais.
Patrícia prestou depoimento por 40 minutos e deixou rapidamente da delegacia.
Ela estava acompanhada do advogado Alexandre Rossato, que conversou na noite de quarta-feira com a reportagem doUOL Esporte. Segundo ele, ela precisa de auxílio médico, está muito abalada e mal deixa o local onde está morando.
A jovem de 23 anos é a principal investigada sobre o caso de racismo contra o goleiro Aranha, do Santos, na Arena do Grêmio. Ela será confrontada por imagens e prestará esclarecimentos à polícia.
Protesto por conta do racismo
Após a entrada de Patrícia para depor, o grupo chamado Unegro, União de Negros pela Igualdade, se manifestou com um cartaz em frente a 4ª DP. Uma das manifestantes falou pelo grupo.
“É racismo, gritos, cantos, é um racismo velado. É algo que temos que lutar contra, não podemos aceitar”, disse Flaviana de Paiva, que segurava um uma faixa. No material,a frase era “Rebele-se contra o Racimo”.